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Lydia O’ConnorRepórter, HuffPost US
Enquanto as manchetes se debruçam sobre a diferença de idade entre ela e Macron, é possível que ela seja a primeira-dama mais engajada que a França já teve.
Com a vitória de Emmanuel Macron no segundo turno da eleição presidencial francesa, a França se preparava para ganhar uma nova primeira-dama: Brigitte Trogneux.
Ela tem sido presença constante ao lado de Macron, que a descreveu como uma de suas confidentes mais íntimas e um elemento essencial de seu sucesso. Enquanto as manchetes se debruçam sobre a diferença de idade entre ela e Macron (ela tem 64 anos, e ele, 39), é possível que ela seja a primeira-dama mais engajada que a França já teve.
Brigitte Trogneux pode assumir um cargo formal no governo
Diferentemente dos Estados Unidos, que dão espaço de escritório e uma equipe de funcionários às suas primeiras-damas, a França normalmente não cria um papel para a cônjuge do presidente. Mas Macron, que tomou posse no domingo, sugeriu que Trogneux poderá receber um cargo mais oficial.
“Se eu for eleito – não, desculpe, quando nós formos eleitos –, ela estará lá, com um lugar próprio e um papel a exercer”, disse Macron a partidários seus em abril, segundo o “The Local”.
“Ela não vai ficar atrás de mim, não ficará oculta e não vai virar um tuite”, ele disse também, segundo a “Forbes”. “Estará ao meu lado, porque sempre esteve ao meu lado.”
Trogneux disse à revista “Paris Match” no ano passado que, como primeira-dama, ela pretende focalizar a educação e os problemas que afetam os jovens.
Ela desafia os estereótipos sexistas e etários
Trogneux é 24 anos mais velha que Macron – um fato que virou obsessão da mídia, embora não se comente muito quando homens mais velhos se casam com mulheres mais jovens. O presidente americano Donald Trump, por exemplo, também é 24 anos mais velho que sua mulher, Melania.
“Se eu fosse 20 anos mais velho que minha mulher, ninguém teria questionado a possibilidade de ser um relacionamento genuíno”, disse Macron ao “Le Parisien” no mês passado, em tradução do “Guardian”. “É apenas porque minha mulher tem 20 anos mais que eu que as pessoas acham isso inviável.”
Mas Trogneux não deixou a enxurrada de apelidos insultantes divulgados pela imprensa (“primeira-avó da França”, “Barbie na menopausa” e outros) impedi-la de ser presença constante ao lado de Macron ao longo da campanha. Encarando de frente a curiosidade sexista e discriminatória por idade voltada a mulheres romanticamente envolvidas com homens mais jovens, Trogneux abraçava seu marido sobre o palco em eventos de campanha, como um ato de desafio.
Ela foi educadora
Até 2015, quando começou a assessorar Macron em tempo integral, Trogneux trabalhou como professora no Lycée Saint-Louis de Gonzague, um colégio jesuíta parisiense.
Eles se conheceram em 1993, quando ela era professora de teatro no colégio onde Macron estudava, no norte da França. Ele tinha 15 anos e ela era casada, com três filhos. Trogneux acabou se divorciando e se casou com Macron em 2007.
“Nós nos correspondíamos, e pouco a pouco fui ganhando respeito e admiração tremendos pelo intelecto daquele menino”, ela recordou em um documentário no ano passado. “Sua cultura, sua cabeça inteligente, bem formada. Espantoso.”
Trogneux também é herdeira de uma empresa francesa de chocolates finos, segundo a BBC.
Ela é vista como uma das assessoras de maior confiança de Macron
Falando de Trogneux, Macron comentou, depois de vencer o primeiro turno eleitoral, em abril: “Sem ela, eu não seria quem sou”.
Como a professora de teatro, papel que desempenhou para Macron no colégio, Trogneux aconselhou seu marido durante a campanha sobre sua presença no palco.
“Sua voz está sumindo, você precisa levantar a voz”, ela lhe disse durante o ensaio de um discurso, conforme o “Guardian”.
De acordo com a BBC, Trogneux também incentiva Macron a dar atenção à questão da igualdade de gêneros. Ele prometeu que metade dos candidatos por seu partido En Marche este ano serão mulheres.
Este post foi originalmente publicado no HuffPost US e traduzido do inglês.
Publicação Original: Conheça a nova primeira-dama da França, Brigitte Trogneux