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Veja publicação original: Conheça 14 mulheres que usam as redes sociais para tornar o mundo um lugar melhor
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Tomar as ruas foi — e ainda é — fundamental para a luta feminista, mas as novas mídias mudaram o campo de jogo
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Das sufragistas que se acorrentaram às grades do Parlamento Britânico para condenar o tratamento dado às mulheres às imagens demanifestantes que, nos anos 1970, marchavam pelos direitos reprodutivos e pela igualdade no local de trabalho. A mobilização das mulheres contra a misoginia tem sido parte crucial da história do século XX.
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Tomar as ruas foi — e ainda é — fundamental para a luta em curso pela libertação, mas as mídias sociais mudaram o campo de jogo. A ascensão do ativismo global on-line, ou “feminismo em rede”, é a resposta do mundo a essa forma de protesto. Sites como Facebook e Instagram estão sendo usados para responder ao sexismo com apenas o clique de um botão.
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Mulheres como Tarana Burke, ativista que lançou o movimento #MeToo em 2006 no Myspace — anos antes das acusações de agressão sexual contra o produtor de Hollywood Harvery Weinstein virem à tona — utilizam as ferramentas à nossa disposição na era digital.
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Enquanto isso, mulheres como Chidera Eggrue, que tornou viral a hashtag #SaggyBoobsMatter, inspiram positividade corporal por todo o mundo.
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As mídias sociais se tornaram uma ferramenta poderosa para as mulheres abordarem os infinitos problemas na sociedade, como o assédio sexual que sofrem diariamente.
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Pensando nisso, separamos algumas delas que se destacam no uso de suas mídias sociais na luta para tornar o mundo um lugar melhor.
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Marley Dias
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Com apenas 11 anos de idade, Marley Dias chamou a atenção do mundo em 2016 quando se sentiu frustrada com a falta de diversidade no currículo escolar. A partir daí, ela criou a campanha #1000blackgirlsbooks (#1000LivrosdeMeninasNegras, em tradução livre), pedindo doações de livros escritos por mulheres negras. Quase 4 mil títulos foram doados e, agora, Dias enfrenta diariamente o preconceito e defende a diversidade na literatura.
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Rina Sawayama
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Rina surgiu em uma explosão de néon, no começo de 2016, quando lançou o single “Where U Are”, explorando o modo como os humanos interagem como a mídia digital. Desde então, a cantora e modelo londrina tem sido pioneira do feminismo interseccional. Seja cantando sobre suas experiências como mulher pansexual ou iniciando conversas no Twitter sobre a apropriação na mídia, Rina tem tomado o mundo da música e as mídias sociais com o seu trabalho. Em uma rápida olhada no seu Instagram, ela revela a mulher confiante que é, sem medo de expressar suas opiniões para seus 141 mil seguidores.
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Chidera Eggerue
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Com apenas 24 anos, Chidera ganhou destaque com sua campanha #SaggyBoobsMatter. “Apenas mulheres de seios pequenos são ‘permitidas’ a não usar sutiã”, disse em uma entrevista ao The Guardian. “Eu não entendo o porquê… Precisava contestar isso”.
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Sua decisão de não usar sutiã não deveria ser considerada radical. No entanto, aqui está ela, em 2019, desafiando a mesma ideia que as mulheres são pressionadas a perpetuar. Mulheres de todas as idades e corpos usaram a hashtag para mostrar orgulho de si mesmas, como resultado da positividade corporal que Eggerue defendeu. Em seu blog, chamado “The Slumflower”, ela também discute sexismo, feminismo e racismo.
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Scarlett Curtis
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Autora do livro “Feminists don’t wear pink & other lies” (Feministas não usam rosa e outras mentiras, em tradução livre), Scarlett foi co-fundadora do The Pink Proteste, um coletivo que ajuda jovens ativistas feministas a agirem on-line, em 2017, usando suas mídias sociais para desafiar a misoginia sempre que a encontra.
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Tarana Burke
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Também conhecida como a mãe do movimento #MeToo, Tarana é a ativista social americana amplamente responsável pelo movimento internacional contra o assédio sexual que se tornou viral em outubro de 2017.
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A frase foi usada pela primeira vez em 2006, em sua conta no MySpace, em resposta à uma menina de 13 anos que havia sido agredida sexualmente. A hashtag ganhou força depois que a atriz Alyssa Milano encorajou vítimas de assédio a tuitar a frase.
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Isso aconteceu pouco antes das acusações de abuso sexual contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein virem à tona. A hashtag #MeToo foi usada pelo menos 19 milhões de vezes nas redes sociais.
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Burke se dedica ao ativismo para vítimas de abuso e continua promovendo essas questões nas redes sociais. Sozinha, ela mudou a conversa sobre violência sexual.
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Sophie Sandberg
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Cansada de andar pela rua sem ser constantemente assediada pelos homens, a ativista Sophie Sandberg usou o Instagram para expor uma epidemia na sociedade.
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Armada com giz colorido, ela começou a documentar as coisas que ouvia enquanto andava pelas ruas de Nova York no final de 2016. Conversando com a BBC sobre o projeto, ela declarou que escrevia as frases no mesmo local em que as escutava, na esperança de quem tivesse falado se lembrasse também.
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As mulheres ao redor do mundo se inspiraram com o seu trabalho e vários outros perfis como o de Sophie apareceram na rede social.
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Hannah Witton
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Hannah Witton é uma YouTuber e autora que tem feito comentários sobre sexualidade, relacionamentos e questões femininas desde 2011.
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Ao longo dos anos, o seu canal no youtube acumulou mais de 500 mil inscritos. Ela fala abertamente sobre sua vida sexual em vídeos como “Quantas pessoas dormiram comigo?” e “Os benefícios do pornô”.
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Hannah também é defensora da positividade corporal — seu vídeo mais visto, com mais de 8 milhões de visualizações, é sobre seios grandes — e doenças invisíveis. Ela mesma sofre de colite ulcerativa e ostenta orgulhosamente um estoma.
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Adwoa Aboah
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A modelo britânica Adwoa Aboah não é estranha ao efeito incapacitante da depressão que sofreu. É por isso que criou a comunidade de saúde mental “Gurls Talk”.
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Tudo começou em 2015, com uma conta no Instagram, que agora serve como lugar para discutir assuntos que afetam mulheres sem medo de julgamento.
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Desde então, “Gurls Talk” tornou-se um podcast semanal e uma série de eventos organizados que reúnem mulheres de todo o mundo. Conversando com a BBC sobre o projeto, Aboah observou: “Na escola ainda não há um lugar para meninas e meninos perceberem que não estão sozinhos. Há uma luz no fim do túnel. Eu prometo isso”.
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Laci Green
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A youTuber Laci Green tem educado seus assinantes sobre as nuances da educação sexual há mais de dez anos e já acumulou mais de 1,4 milhões de inscritos em seu canal.
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Seus vídeos, que são proeminentes no movimento de sexo positivo devido à franqueza, cobrem tópicos como controle de natalidade, hormônios e aborto, na tentativa de remover o estigma que os rodeia.
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Green também é muito franca em relação ao assédio moral e sexual, sendo uma das primeiras YouTubers a abordar as reclamações de assédio sexual impostas contra a youtuber Sam Pepper, em 2014.
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Ash Sarkar
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Ash Sarkar é um jornalista dinâmica que faz sucesso na internet e na TV. Ela defende os direitos das mulheres e dos imigrantes nas redes sociais, com uma conta no Twitter repleta de comentários políticos com pegada humorística.
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Enquanto isso, sua conta no Instagram mostra todo o trabalho de campanha de Ash, incluindo protestos contra a mudança climática e o Brexit. Sarkar também é editora sênior da Novara Media — uma organização noticiosa de esquerda independente e radical.
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Gina Martin
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A escritora e ativista Gina Martin chegou às manchetes nacionais quando começou uma campanha viral para tornar ilegal oupskirting — prática de fazer fotografias não autorizadas sob a saia de uma mulher.
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No Facebook, ela explicou como um homem tirou fotos de sua virilha sem sua permissão e saiu impune em um post que se tornou viral em 2017.
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Gina lançou uma petição para que seu caso fosse reaberto e para que a ação fosse parte da Lei de Ofensas Sexuais de 2003.
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Usando a hashtag #StopSkirtingTheIssue, a petição conseguiu obter mais de 100 mil assinaturas. Em 2019, o upskirting se tornou ilegal, o que se deve em grande parte aos esforços de Martin. A ativista continua a promover causas feministas para seus 40 mil seguidores no Instagram.
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Rowan Blanchard
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Quando Rowan Blanchard não está no mundo de atuação, ela está no Twitter e no Instagram para falar com seus 5,1 milhões de seguidores sobre seu ativismo.
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A jovem de 17 anos usa sua plataforma para discutir questões sociais e econômicas, com tópicos tão diversos quanto direitos humanos e controle de armas, e não tem medo de dar voz àqueles que não foram ouvidos.
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Blanchard foi muito vocal no rescaldo do tiroteio de Stoneman Douglas, no início deste ano, conversando com ativistas e destacando sua situação nas mídias sociais.
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Liv Little
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Como fundadora da Gal-dem, uma revista produzida por mulheres negras, Liv Little ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho na diversificação da mídia impressa.
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Depois de ficar frustrada com a falta de representatividade na Universidade de Bristol, a jovem de 25 anos criou a publicação em uma tentativa de dar voz às mulheres de negras na mídia. Seu negócio está crescendo rapidamente, junto com as mídias sociais de Gal-dem, que somam mais de 111 mil seguidores, onde fala de assuntos variados, como ativismo e literatura.
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Kat Blaque
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Blaque é uma ativista transgênero que fez sua carreira falando sobre racismo, transfobia e privilégio branco em seu canal de sucesso do YouTube.
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Em entrevista ao “The Huffington Post”, ela disse: “Eu sou uma mulher. Eu sou preta. Eu sou curvilínea e sou trans … quando falo sobre essas coisas, estou literalmente falando sobre minha personificação desses cruzamentos”.
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