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Essa foi a grande pergunta explorada — e respondida — pela auditoria Mulheres Caminhantes!, realizada por três organizações de São Paulo: a Rede MÁS, o SampaPé! e o Fórum Regional das Mulheres da Zona Norte, com apoio da WRI Brasil. O projeto realizou um estudo no qual mulheres da Zona Norte de São Paulo ajudaram a criar soluções concretas para seus problemas urbanos diários na região. O resultado foi a elaboração de uma metodologia pioneira na área, que traz soluções globais e locais, e que pode ser aplicada a qualquer cidade.
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Três fases
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Para chegar às conclusões, a auditoria foi dividida em três etapas. Na primeira, teórica, a metodologia foi criada a partir de outras já existentes nas áreas de segurança de gênero e caminhabilidade. A segunda foi o trabalho de campo, aplicando a metodologia em diversos pontos de São Paulo. Por último, foram realizadas a análise e difusão de resultados — tudo isso em parceria com mais de 20 mulheres com idades entre 16 e 74 anos, de diferentes etnias e orientações sexuais.
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Alice Junqueira, da Rede MÁS, explica que o objetivo era chegar a resultados concretos para a região através da diversidade de experiências pessoais. “A principal lição que a gente quer passar para as cidades é o processo participativo, para que políticas públicas sejam mais eficazes em diferentes territórios. É uma observação do espaço público feita junto às mulheres nos lugares em que elas vivem, e é isso que faz a diferença”, relata a especialista.
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Para ela, políticas públicas que não têm diálogo não resolvem o problema. “As soluções podem ser boas, mas têm um limite de alcance, pois não pensam em como esses problemas estão conectados“.
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A diretora presidente da organização sem fins lucrativos SampaPé!, Letícia Sabino, reforça a necessidade de humanizar o planejamento urbano. “O nosso incômodo com outras metodologias era que existem muitas auditorias sobre segurança da mulher que funcionam como checklists, sem subjetividade nem espaço para as mulheres apontarem outros elementos“, destaca.
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