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Veja publicação original: Como é filmar as cenas de estupro em ‘O Conto da Aia’, segundo a atriz Elizabeth Moss
Elisabeth Moss é a protagonista e co-produtora da série O Conto da Aia, adaptação da Hulu para o livro de mesmo nome escrito por Margaret Atwood em 1985.
Ela enfrenta uma série de desafios ao dar vida à Offred, uma mulher que é recrutada como escrava reprodutiva em uma teocracia distópica chamada Gilead.
Não suficiente, Moss interpreta cenas em que sua personagem é rotineiramente estuprada por seu comandante (Joseph Fiennes) a fim de engravidar.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Moss falou sobre seu processo de criação e o incontestável horror sob o qual sua personagem vive.
Ao lado de outras cinco atrizes, incluindo Oprah Winfrey e Nicole Kidman, ela refletiu sobre a representatividade dos estupros de Offred na série.
“Foi realmente importante para nós que as cenas fossem extremamente clínicas, mecânicas; Não há nada remotamente sexual sobre elas”, argumentou.
Moss também explicou como ela se preparava para retratar sua personagem durante as cenas angustiantes:
“Eu só pensei: ‘O que alguém faria nesta situação?’ O que soa simples demais, talvez, mas era como ‘Se você estivesse sendo agredido sexualmente regularmente e você soubesse que não havia nada que você pudesse fazer sobre isso, O que você faria?’ Não há escapatória e você não pode lutar contra isso. E então eu pensei: ‘Bem, ela provavelmente tentaria não estar lá – tente ir para outro lugar.”
O trauma que Offred sofreu teria sido tão extremo, disse Moss, que soa impossível.
“Você não pode experimentá-lo”, disse ela. “Você não conseguiria. O que acontece com as mulheres nesse mundo; Elas simplesmente não conseguem.”
Séries que frequentemente mostram a violência sexual contra as mulheres, como Game of Thrones, já foram criticadas nos últimos anos por misturar a brutalidade com toques excitantes e, ainda, a romantização do crime de estupro.
Ao retirar qualquer tensão sexual da personagem de Offred, O Conto da Aia pretende trazer a concentração dos telespectadores para a desumanidade do ato.
“Foi realmente importante mostrar exatamente para o que deveria ser [a relação sexual]”, disse Moss. “E que ninguém esteja gostando disso. Que as três partes [envolvidas] estão ocupando um lugar terrível.”