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Como Carol Dias foi de panicat a educadora financeira

Saiu no site Forbes

Veja publicação original: Como Carol Dias foi de panicat a educadora financeira.

Carol Dias, 33 anos, bela, milionária e protagonista da própria vida. Conhecida como modelo de todos os domingos de um programa de televisão humorístico, decidiu mudar o rumo de sua carreira e tomar as rédeas dos seus sonhos. Após sair da televisão, estudou e se tornou especialista em finanças. Com uma página no YouTube sobre o assunto, o Riqueza em Dias, Carol se divide entre palestras e uma agenda para lá de ocupada. Com foco em Bolsa de Valores, a educadora diz acreditar na renda variável como instrumento para garantir independência financeira. Ela é minha entrevistada de hoje.

Francine Mendes: Como você fez sua transição de carreira?

Carol Dias: As pessoas me perguntam muito isso. Como uma modelo que, para alguns, aparentava gostar de um meio de luxo, status e glamour agora fala em como investir dinheiro? Na verdade, eu sempre gostei de poupar e investir meu dinheiro. Desde criança, eu tinha meu porquinho. Percebi que eu tinha um propósito de ajudar as pessoas a investirem melhor depois de ver muita gente se perder exatamente no meio da fama. Resolvi me dedicar absolutamente aos estudos de educação financeira e investimentos. Hoje, sinto-me feliz em poder ajudar as pessoas a evoluírem e amo o que faço. De números de quadril e coxas, sai para os números de investimentos.

FM: O que é ser independente para você?

CD: Independência para mim é ter liberdade de fazer aquilo que eu gosto e que eu possa fazer por conquistas minhas. Liberdade de ter tempo para estar com quem eu amo e onde quero estar. Meu tempo custa caro. Minha paz também. Quando você se torna independente, consegue aproveitar o tempo, os momentos e não depender dos outros para ter o seu dinheiro. Isso é quase uma prisão. E eu não faço parte dela.

FM: Você é independente financeiramente?

CD: Sim. Sou. E falo isso com orgulho da minha história e das minhas realizações. Eu batalhei muito e consegui ser inteligente nos meus passos. Nunca vivi de enormes luxos, de ostentação que eu não poderia bancar nem de gastar dinheiro por aí em coisas que para mim não fazem o menor sentido. Hoje, tenho dinheiro para relaxar um pouco mais. Mas continuo meu trabalho. Eu amo isso. Não ficaria sem.

FM: O que uma mulher precisa saber para cuidar do dinheiro dela?

CD: Uma vez uma amiga minha me disse que deixava o dinheiro inteiro na poupança. E disse que estava indo embora naquele mês de crise. Eu falei: mas você sabe no que gasta? O quanto você ganha? Ela disse que tinha medo de olhar as contas. Mulheres, vocês não precisam dos melhores sapatos e carros que vocês olham por aí na internet. Vocês não precisam estar com dezenas de roupas de luxo se naquele momento você não pode. Muitas mulheres, quando se sentem tristes, ansiosas, adoram um shopping ou compras pela internet. Nessa hora, você precisa respirar e pensar: ‘Eu preciso disso? Por qual razão?’. Respire antes, e não depois de comprar itens que, muitas vezes, nem irá usar.

FM: Qual produto financeiro não pode faltar na nécessaire de uma mulher?

CD: Na minha, um rímel, um blush e um batom. A gente tem de se sentir poderosa e linda, mesmo. Isso nos dá autoestima e, consequentemente, mais segurança. Toda mulher quer se sentir bonita e feliz. Faz parte da nossa vida.

FM: Como a Carol organiza e planeja sua vida financeira?

CD:Eu tenho minhas finanças pessoais. Eu sei exatamente o que ganho e gasto no mês. Não olho com medo para cartões de crédito. Sei meus limites. Olho minha conta com tranquilidade. É muito importante saber o quanto se ganha e se gasta, porque assim você não se perde, afinal, nem todo mês é igual. Sempre tenho minha reserva de emergência. Nessa crise, mais do que nunca, vimos o quão importante é. E, do que ganho, 30% invisto, 20% deixo para o meu lazer. E o restante pago minhas contas. Mas, todo mês, vou investir. Isso é fato. Disciplina e constância nunca podem faltar se você quer mesmo enriquecer.

FM: Quais são seus planos para o futuro?

CD: Eu sonho muito alto. Meu plano é estudar cada vez mais. Estou lançando em breve um livro pela editora gente sobre minha história no mundo das finanças, minha mudança e uma maneira mais suave de como saber investir. Vou seguir estudando e projetando meus planos de ajudar os brasileiros. O dinheiro, bons contratos e o restante virão com trabalho e como recompensa. Mas, se não tiver conhecimento e estudo, não existe o caminho do sucesso.

FM: Como perder o medo de investir?
CD: Primeiro, aprendendo a lidar com a sua organização financeira. Quando sobrar aquele dinheiro, seja quanto for, você vai estudar, pensar e ver o quanto ele será importante para você. Imagine você viajar para lugares que sempre sonhou? Poder dar uma vida melhor para o seu filho? A motivação e a fome de vencer, a coragem, vão fazer o seu medo ser menor. Fiz minhas contas, economizei, aprendi que posso investir e ter mais no futuro. Pronto. Vou abrir minha conta, ler, estudar, ver as pessoas que falam sobre isso com cuidado. E lá vou eu praticar. Tudo tem um começo.

FM: Qual seu maior desejo de consumo?

CD: Meu maior desejo de consumo, na verdade, é estar bem, com saúde. Sem saúde, nada feito. Já tive dinheiro, beleza e fama em um momento da minha vida. Mas não tinha saúde mental. O que adiantou? Nada. Nada estava bom. Então, meu maior desejo é o que eu sempre peço a Deus: saúde. Saúde em todos os sentidos.

FM: Por que as mulheres devem ter liberdade financeira?

CD: As mulheres, muitas vezes, não acreditam que podem ser ricas sem depender de alguém. Nossa geração mudou muito. As mulheres não podem depender de ninguém para pagar uma conta. Imagine se, amanhã, aquela pessoa larga você? Você faz o que? Então, elas precisam entender os pontos fortes, entender o que as fazem bem, aonde podem chegar e estudar. Isso faz delas mais seguras, confiantes e possibilita escolher com calma o que realmente faz bem, quem realmente faz bem e o que desejam fazer. Na minha opinião, uma mulher que só depende do homem ou de alguém sustentando as contas perde o principal da vida: a liberdade.

FM: Qual maior loucura você já fez por dinheiro?

CD: Sinceramente? Eu já trabalhei muito, e a maior loucura foi exatamente isso: eu me massacrei em alguns momentos, massacrei momentos com a minha família, massacrei a minha saúde para ganhar dinheiro. Hoje, aprendi a administrar meu tempo. Administrar as coisas com calma. Não preciso estar morrendo de cansaço e me sacrificando como eu fazia. Afinal, ganhamos dinheiro para também termos uma vida sociável e de lazer. Sem loucuras. Sem loucuras para investir também. Calma e paciência são palavras-chaves.

FM: Qual o pior investimento que existe e por quê?

CD: No lado pessoal, o pior investimento é você não estudar. Não saber o que está acontecendo. No lado financeiro, poupança para mim nem considero investimento. É lamentável falar isso. Infelizmente, muitas pessoas ainda permanecem na poupança por falta de conhecimento. Colocam muito dinheiro em um lugar em que a rentabilidade é nula. Minha maior luta é mostrar para os brasileiros: ‘Olha lá. A poupança não merece seu dinheiro. Vamos estudar’.

 

 

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