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Como as mulheres brasileiras estão se unindo para diminuir o assédio no set

Saiu no site VOGUE

 

Veja publicação original:  Como as mulheres brasileiras estão se unindo para diminuir o assédio no set

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Por Suzi Pires

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Caríssimxs, vocês já sabem sobre os movimentos Time’s Up e Me Too dentro do cinema americano que denuncia situações de assédiodentro do mercado audiovisual. Pois bem, aqui no Brasil, temos as mulheres do cinema se unindo, criando alianças mais concretas para que possamos estabelecer regras que diminuam as incidências desses casos no nosso mercado.

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O Intituto Dona de Si, do qual sou presidente/fundadora é um desses “totens” de proteção, observação e ação contra tais práticas e, para isso, nós estabelecemos certas regras de conduta dentro dos trabalhos que estaremos presentes.

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Em primeiro lugar, todos os projetos desenvolvidos, acelerados e produzidos dentro do Instituto Dona de Si utilizarão a cláusula de inclusão nos seus contratos. Esta cláusula garante que os profissionais serão contratadxs levando em consideração a diversidade apresentada na sociedade, dando ao set equilíbrio entre gênero, raça e orientação sexual.

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Nossa primeira produção associada De perto, ela não é normal, com lançamento previsto para outubro, é o primeiro filme a se utilizar desta clausula nas suas contratações, sendo produzido pela Escarlate Filmes, nossa parceira. Acreditamos que esta seja a base para a neutralização e a re-educação contra o assédio sexual, moral, corporativo, de poder, emocional, dentro de um set de filmagem.

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Quando temos um ambiente equilibrado, acabamos com a noção de “maioria-masculina-branca-heterossexual” e quebramos as atitudes e comentários machistas, misóginos, racistas ou homofóbicos dentro de qualquer lugar. O ambiente passa a ser possível para TODOS e acreditamos que num set de filmagem isso é ainda mais importante, pois estamos todos ali para fazer o publico se repensar, se emocionar e se sentir vivo ao assistir o produto e é até uma contradição que este possa ser um ambiente com alta carga toxica.

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Também temos regras iniciais para a conscientização e a diminuição intensa dos casos de assedio no audiovisual.

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REGRAS:
1- Nenhum homem pode abraçar uma mulher no set com a mão na cintura dela;

2- Nenhum homem pode abraçar uma mulher e passar a mão nas suas costas checando se a mesma está ou não de soutien;

3- O técnico de áudio homem não está autorizado a colocar o microfone de lapela – que passa a fiação por dentro da roupa- numa mulher. Homem coloca em homem, mulher coloca em mulher. Caso não tenha técnica de áudio, será necessário formá-la.

4- É expressamente proibido por parte de homens e de mulheres gritos, humilhações, comentários negativos sobre aparência uns dos outros.

5- É expressamente proibida a insistência inoportuna do ou da líder do set para obter qualquer vantagem sexual em cima de qualquer membro da sua equipe.

6- À todos: o assédio não se caracteriza como interesse romântico. O assédio se caracteriza por: insistência diante de negativas; perseguição física, abordagem física excessiva diante de negativa, uso do poder para constrangimento.

7- Toda produção do Instituto Dona de Si terá uma palestra de conscientização sobre assédio e sobre diversidade antes do começo de cada trabalho.

8- É proibido o uso de celular por qualquer membro da equipe em cenas de intimidade.

9- Qualquer ato de racismo, homofobia ou violência contra a mulher a policia será acionada e a pessoa será processada conforme prevê a lei.

10- O Instituto Dona de Si estará sempre disponível para tirar duvidas sobre o que é assedio, como se caracteriza e como eliminar isso das práticas. Entendemos que as atitudes de poder entre gêneros, raças e orientação sexual seja uma repetição cultural que precisa de colaboração para ser quebrada, definitivamente.

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Nosso objetivo é equilibrar a presença de talentos diversos dentro da economia criativa brasileira e o audiovisual é um dos nossos segmentos. Não vamos recuar. Vamos avançar na construção de uma sociedade mais igualitária, justa e respeitosa entre TODOS.

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ABS.
Suzana Pires e equipe Instituto Dona de Si.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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