Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:
Veja publicação original: Com filhos e sem poder voltar a país de origem, mulheres do ISIS pedem redenção
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Casadas com jihadistas que foram mortos ou presos, elas não podem permanecer em campo para prisioneiras na Síria, nem recebem autorização para retornar para casa
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Dua Mohammed, 44, fugiu do Egito para a Síria após o marido ser atraído pela ideia de paraíso islâmico propagandeado pelo grupo terrorista ISIS. Mas ao chegar ao país, hoje devastado pela guerra, ela, ao lado dos quatro filhos entre 6 e 15 anos, encontrou um cenário mais próximo do inferno. “O que vimos lá não era o que esperávamos”, contou ao New York Times.
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Ano passado, sua família conseguiu escapar dos horrores do grupo terrorista, mas foi detida pelas Forças Sírias Democráticas, a milícia curda aliada à coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater jihadistas. Ela foi levada a um campo empoeirado no nordeste da Síria onde há cerca de duas mil mulheres e crianças estrangeiras em situação semelhante.
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O país de origem delas não as quer de volta temendo importar a ideologia radical do ISIS. As autoridades curdas que administram o campo também não as querem lá, dizendo não ser sua responsabilidade manter cidadãos de outros países no território. Formou-se, portanto, um limbo político.
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“Nós cometemos um erro, mas todos no mundo cometem erros. Por quanto tempo teremos que pagar o preço por este erro? Por toda a vida?”, questionou Dua ao jornal.
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A maior preocupação, no entanto, são com as crianças, muitas delas pequenas e que não escolheram se juntar aos jihadistas. Há mais de 900 delas no campo Roj Camp, alguns com problemas de saúde, sem acesso à educação por anos e ainda sem registro de nacionalidade.
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As mulheres europeias são as que desejam voltar para seu país de origem mesmo com o risco de serem presas, mas as árabes temem sofrer tortura e serem condenadas à morte. Enquanto isso, nenhum julgamento sobre os crimes que podem ou não terem cometido foi marcado. Também não há previsão sobre quando e se poderão ser libertadas.
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Uma francesa de 28 anos e mãe de três crianças pediu clemência. “Não merecemos, como vocês dizem, redenção?”
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