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Com eleição de representantes de minorias, democratas levam mais diversidade ao governo dos EUA

Saiu no site RFI

 

Veja publicação original:  Com eleição de representantes de minorias, democratas levam mais diversidade ao governo dos EUA

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Os resultados das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos não tiveram a anunciada onda anti-Trump. No entanto, os democratas conseguiram quebrar alguns tabus, como a escolha, pela primeira vez, de duas muçulmanas e duas indígenas para a Câmara de Representantes, da primeira parlamentar negra no Estado do Massachussets e do primeiro governador declaradamente homossexual.

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Aos 36 anos, portadora do véu muçulmano, Ihlan Omar fugiu da guerra civil na Somália aos oito anos, viveu quatro anos em um campo de refugiados no Quênia e chegou aos Estados Unidos em 1997. Na ala mais à esquerda dos democratas, a parlamentar eleita no Estado do Minnesota é a favor da universidade gratuita, da reforma do sistema judiciário e de moradia para todos. E, sobretudo, ela é contra a política migratória de Trump.

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“Sou muçulmana e negra. Decidi me candidatar porque queria mostrar o que é uma democracia representativa”, explicou Omar recentemente à revista Elle.

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Rashida Tlaib, de 42 anos, é filha de imigrantes palestinos, nascida em Detroit, no Estado do Michigan. Advogada, ela é a favor de um salário mínimo de US$ 15 (R$ 56) por hora e do seguro saúde para todos. Ela ficou famosa por enfrentar Trump durante um comício em 2016, ao perguntar ao então candidato se ele já tinha lido a Constituição.

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“Nunca fui do tipo de ficar calada”, explicou Tlaib ao canal ABC em agosto. “Sou candidata por causa das injustiças e porque meus filhos se questionam sobre sua identidade muçulmana“, reiterou a congressista que vai substituir John Conyers, que pediu demissão em dezembro passado por razões de saúde e por ter sido acusado de assédio sexual.

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Duas indígenas na Câmara de Representantes

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Sharice Davids, do Kansas, e Deb Haaland, do Novo México, são as primeiras indígenas que chegam à Câmara dos Representantes.

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Davids, de 38 anos, advogada, ex-praticante de artes marciais mistas e homossexual assumida, derrotou o atual representante republicano Kevin Yoder no Estado tradicionalmente conservador do Kansas. Ela foi criada por uma mãe solteira e veterana do Exército.

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Haaland, de 57 anos, que é do Novo México, derrotou a republicana Janice Arnold-Jones e Lloyd Princeton, do Partido Libertário. Membro da tribo Pueblo Laguna, ela é uma célebre ativista comunitária em seu distrito tradicionalmente democrata. A nova congressista luta para promover o voto entre a população indígena, que representa 2% dos americanos.

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Davids e Haaland fazem parte de um número recorde de indígenas americanas a se candidatarem às eleições de meio de mandato para disputar vagas no Congresso, governos estaduais, legislaturas locais e outras posições. As duas mulheres também estão entre os democratas que conseguiram virar cadeiras a favor de seu partido na Câmara de Representantes, recuperando o controle das mãos republicanas.

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Primeiro governador homossexual

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O democrata Jared Polis será o primeiro homem assumidamente homossexual a governar um Estado americano – o Colorado – ao derrotar o republicano Walker Stapleton. Aos 43 anos, Polis não escondeu sua orientação sexual durante a campanha, e substituirá o governador democrata John Hickenlooper, que dirige o Colorado desde 2011. Na sua plataforma de campanha ele defendeu o fim da pena de morte, pré-escola em tempo integral e legislação mais rígida para o porte de armas.

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O Estado do Massachusetts escolheu sua primeira parlamentar negra: Ayanna Pressley. Eleita sem surpresa, por não ter nenhum adversário, ela irá integrar a Câmara de Representantes. Originária de Chicago, essa militante do movimento negro realizou uma campanha de rua, evocando suas próprias experiências como vítima de agressões sexuais e lembrando sua proximidade com as classes populares, garantindo que será uma deputada diferente.

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A jovem estrela dos democratas Alexandria Ocasio-Cortez, de origem porto-riquenha e nascida no Bronx, em Nova York, se tornou a mulher mais jovem eleita para o Congresso, aos 29 anos. Ocasio-Cortez, que defende com orgulho suas raízes e promete ser uma campeã da classe trabalhadora na qual tem origem, manteve a cadeira em uma circunscrição claramente democrata, após derrotar nas primárias o veterano Joe Crowley. A latina, que se define como socialista, transforma-se em um símbolo de uma onda de mulheres democratas pertencentes a minorias que estão revolucionando a elite do partido.

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Eleições que se tornaram referendo

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Nestas eleições, estavam em jogo 435 assentos da Câmara de Representantes, 35 cadeiras do Senado, 36 governos estaduais, além de vários cargos locais, como prefeitos, juízes e xerifes. A votação, considerada como um termômetro do governo Trump, acabou se tornando uma espécie de referendo sobre o presidente em um país extremamente polarizado.

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As redes de televisão exibiram imagens de longas filas de eleitores esperando para votar, mostrando uma forte mobilização dos americanos. Um aumento de 40% foi registrado na participação, em relação às eleições de meio de mandato de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

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