Saiu no site CORREIO:
Veja publicação original: Centro de Atendimento Irmã Dulce une atendimento à mulher e acolhimento
.
Por Carol Aquino
.
SALVADOR – Mulheres que precisarem de abrigo temporário para se afastarem de situações de violência doméstica, familiar e de gênero já tem um lugar certo para onde ir na região da Cidade Baixa. Com a inauguração do Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce, na Ribeira, nesta quarta-feira (04), 36 vagas estarão disponíveis até a mulher conseguir um outro local para ficar.
.
As vítimas acolhidas podem ficar na instituição por até 15 dias, acompanhadas ou não de filhos de zero a 12 anos, desde que não estejam em risco eminente de morte. O acolhimento funciona em esquema de plantão, 24h por dia. Porém, após as 17h só recebe as vítimas de violência encaminhadas pelas Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAMs). O Centro atenderá também mulheres vítimas do tráfico de pessoas.
.
O Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce vem complementar os serviços do Centro de Referência Loreta Valadares, nos Barris, e também oferece assistência jurídica, psicológica e social. “A cidade sentia necessidade dessa casa para atender a Cidade Baixa, Subúrbio e Ilhas. No Loreta Valadares, muitas mulheres acabavam sem o atendimento porque o centro ficava muito longe de onde moram e elas não tinham dinheiro para pagar o transporte”, apontou a Secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude de Salvador (SPM), Taíssa Gama. Apesar do foco nas mulheres desta região, a unidade está aberta a atender vítimas de toda a cidade.
.
Outro fato que faz com que o Centro se destaque, segundo a secretária, é que o Subúrbio é uma das áreas da cidade com maior índice de violência e precisava de um equipamento como este. O próximo passo da Prefeitura de Salvador será inaugurar outro centro de referência deste tipo, em Cajazeiras, no ano de 2019.
.
.
Empoderamento
.
Mais do que um lugar para se afastar da violência o Centro Irmã Dulce servirá como um espaço para as mulheres se fortalecerem. Além de grupos terapêuticos, serão oferecidas aulas de defesa pessoal, de ginástica, além de cursos profissionalizantes e sobre empreendedorismo. “Muitas vezes a mulher mantém o vínculo com o agressor por causa de dependência financeira. Nossa intenção é fazer com que elas desenvolvam habilidades profissionais para que elas comecem a conquistar sua independência, se empoderar e pouco a pouco romperem este vínculo”, explicou a diretora de Política para Mulheres, Cristina Argiles.
.
“O poder público tem que criar uma rede de proteção, de amparo, de segurança, de empoderamento, para que as mulheres tenham condições de sustentarem suas famílias, independentemente ou não de serem casadas, viverem ou não com os seus companheiros”, disse Neto, reforçando o seu compromisso de fortalecer a política de uma rede de garantia de direitos estruturada para as mulheres na capital baiana.
.
E essa rede de garantias, representada na inauguração pela desembargadora Nágila Brito, responsável pela Coordenadoria de Mulheres no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) aprova a existência destes equipamentos de apoio. “A Vara da Justiça pela Paz em Casa não atuaria bem se não tivesse essa ajuda dessa rede de proteção. Precisamos de psicólogos, assistentes sociais, para empoderar essa mulher e ela não continuar nesse ciclo de violência”, comentou a desembargadora.
.
Nágila ainda confidenciou a sua vontade de ver unidade como a Casa Irmã Dulce multiplicadas pelo estado. “É um sonho que em cada local em que houvesse um maior número de violência, e são exatamente os bairros mais pobres, houvesse um centro de referência como este, uma casa abrigo, para que a mulher saiba que pode contar com aquele lugar para se refugiar por um tempo, para se tratar, para ficar com seus filho fugindo da violência”, disse.
.
.
Capacidade
.
O imóvel possui 450 m² de área e conta com recepção, quatro salas de atendimento, quatro sanitários, três quartos, brinquedoteca, biblioteca, sala para grupo terapêutico, sala de TV, copa, cozinha, área de serviço, administrativo, dois almoxarifados, salão para oficinas, espaço para ginástica, parque infantil e horta.
.
A capacidade é de receber 200 mulheres por mês para os atendimentos do centro e 36 pessoas no acolhimento provisório de curta duração. Além disso, o Centro Irmã Dulce vai oferecer, a exemplo do Loreta Valadares, atendimento multidisciplinar com equipe de 25 profissionais envolvidos, entre psicólogas, assistentes sociais, psicopedagoga, advogada, recepcionista, supervisoras, coordenadora, serviços gerais, motorista, plantonistas, copeira e guardas civis.
.
O calendário de aulas e oficinas gratuitas estará disponível assim que houver número suficiente de mulheres sendo atendidas para formar turmas.
.
.
.