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Casamento infantil afeta 800 milhões de mulheres na atualidade

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Veja publicação original:  Casamento infantil afeta 800 milhões de mulheres na atualidade

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Cerca de 800 milhões de mulheres na atualidade se casaram quando meninas e 200 milhões seguem sem ter acesso a métodos e serviços contraceptivos, segundo um relatório anual divulgado nesta quarta-feira pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês).

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O relatório, com o qual a organização também lembra os 50 anos de existência, indica que 500 mulheres e meninas morrem a cada dia durante a gravidez ou durante o parto em países em conflito ou com emergências humanitárias, e ressalta a necessidade de seguir avançando para que todas tenham plenos direitos sobre sua reprodução.”Apesar do aumento do acesso aos anticoncepcionais, centenas de milhões de mulheres seguem sem poder usá-los, nem desfrutar dos direitos reprodutivos que isto comporta”, destacou a diretora-executiva do UNFPA, Natalia Kanem, em comunicado por ocasião da publicação do relatório.

“Esta carência, que influencia em diversas facetas da vida, desde a educação até a renda e a segurança, impede que as mulheres possam escolher seu próprio futuro”, ressaltou Kanem.

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O documento mede pela primeira vez a possibilidade de as mulheres escolherem três variáveis em seus direitos reprodutivos (decidir sobre a relação sexual com seus companheiros, usar anticoncepcionais e ter acesso a serviços de saúde relacionados).

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Em 51 países dos quais o UNFPA recebeu dados completos, a organização detectou que 43% das mulheres não têm possibilidade de escolher em alguma ou em todas essas variáveis.

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Sobre o casamento infantil, o documento destaca que em países como Bangladesh, Chade, Etiópia e Guiné, 60% das mulheres se casam antes dos 18 anos, enquanto nesses mesmos lugares o percentual de homens nessa mesma situação não chega a 20%.

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Como média, 21% das mulheres no mundo se casam antes dos 18 anos, enquanto este índice chega a 40% nos países menos desenvolvidos.

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Apesar dos desafios que devem ser enfrentados, o UNFPA ressaltou que, em 50 anos de existência da organização, houve claros avanços, como demonstra o fato de que o uso de contraceptivos entre as mulheres cresceu de 24% em 1969 para 58% em 2019 (de 1% para 37% nos países menos desenvolvidos).

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Por ocasião do 50° aniversário do UNFPA, o relatório homenageia 15 personalidades por sua contribuição para que todas as mulheres possam desfrutar de direitos reprodutivos, entre as quais figura como representante latino-americana a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, atual alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

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Além disso, o documento mostra diversas estatísticas demográficas como a taxa de fertilidade (número de filhos que, em média, tem uma mulher em idade reprodutiva), que passou de 4,8 filhos há 50 anos para 2,9 em 1994.

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Essa taxa, que em teoria deveria se manter acima de 2 para garantir que a população total não diminua, continua caindo em nível global.

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Segundo o relatório, os dois países do mundo com menor taxa de fertilidade são Portugal e Moldávia (1,2 filho por mulher), enquanto no outro extremo está o Níger, com 7,1.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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