Saiu no Diário do Grande ABC
A deputada estadual Carla Morando (PSDB), de São Bernardo, e a advogada Gabriela Manssur, que lidera o movimento chamado Justiça de Saia, anunciaram que irão processar, por machismo e dano moral, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), que disse que a única grande obra do prefeito Orlando Morando (PSDB) foi ter eleito Carla, sua mulher, à Assembleia Legislativa. A dupla, porém, se calou diante da agressão do próprio Morando contra uma mulher, em entrevista em rede nacional, quando o chefe do Executivo a chamou de “vaca” e de “vagabunda”.
Um dia depois de o Diário relembrar episódios de destempero de Morando e resgatar a agressão verbal do tucano durante entrevista à BandNews TV, Carla convocou alguns jornais – excluiu o Diário da lista – para uma entrevista coletiva. Ao lado de Gabriela Manssur, Carla disse que irá entrar com representações em várias esferas jurídicas e legislativas, entre elas acionar o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, argumentando que o petista a persegue desde o primeiro mandato.
O Diário teve acesso à íntegra da entrevista concedida por Carla e por Gabriela. Nenhuma questão a respeito das agressões de Morando foi feita à dupla, que também não tocou no assunto durante os quase 20 minutos de conversa com a imprensa. Uma jornalista, inclusive, usou seu tempo de questionamento para defender Carla. “Eu sei que você trabalha por todas as mulheres”, disse a profissional. A tucana agradeceu e elogiou a pergunta da jornalista.
A entrevista coletiva foi concedida 12 dias depois de a reportagem de Luiz Fernando ser publicada. Antes, apenas homens aliados de Carla tinham vindo a público para defender a tucana, como o presidente da executiva estadual do PSDB, Marco Vinholi, e o deputado federal e ex-vice-prefeito Marcelo Lima (PSB).
O Diário procurou Gabriela Manssur e a assessoria de Carla para questioná-las a respeito das agressões de Morando a uma mulher que participava de uma festa em meio à pandemia de Covid-19. Gabriela se calou sobre a agressão de Morando e afirmou ser “advogada da deputada Carla e minha atuação é na defesa dos direitos dela, que foi vítima de violência política de gênero”. Carla não retornou aos contatos até o fechamento desta edição.