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Campanha contra ‘sextorsão’ expõe as consequências trágicas de crimes online

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Veja publicação original:  Campanha contra ‘sextorsão’ expõe as consequências trágicas de crimes online

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Por Ana Beatriz

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Ameaças de vazamentos de fotos íntimas atingem, sobretudo, mulheres e meninas nas redes sociais.

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‘Uma jovem de apenas 15 anos decidiu tirar a própria vida após sofrer ameaças de vazamentos de fotos íntimas. A morte de Karen Saifer, em novembro de 2017, expõe as consequências trágicas dos dos crimes online.

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Em busca de proteção para essas vítimas, e num esforço para que esse tipo de violência não continue a ocorrer, a ONG SaferNet, que atua na defesa de direitos humanos na internet, em parceria com o Twitter e com o Facebook, dá início nesta terça-feira (15) a campanha Sextorsão: não é sua culpa.

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O termo sextorsão vem da união das palavras “sexo” e “extorsão”. De acordo com Juliana Cunha, coordenadora psicossocial da organização, o conceito categoriza de forma mais clara o problema que atinge, principalmente, mulheres e meninas – elas somam 69% dos casos atendidos pela ONG.

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“Muitas das vítimas que procuram a SaferNet relatam sofrer ameaças, e a ameaça em si já é uma violência. As chantagens têm o propósito de obter mais imagens, um encontro presencial ou querem que quantias sejam pagas para que não ocorra o vazamento”, explica em entrevista ao HuffPost Brasil.

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Só em 2017, a ONG SaferNet recebeu 63.698 denúncias anônimas de cyber crimes envolvendo 32.936 páginas distintas. O crime mais denunciado foi a pornografia infantil, com 20.975 relatos, um aumento de 18,87% em relação a 2016.

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REPRODUÇÃO/SAFERNET

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A plataforma da ONG possui um canal de denúncias que, em parceria com o Ministério Público Federa (MPF) e outras autoridades, trabalha para que as vítimas de sextorsão ou de revenge porn (compartilhamento de imagens íntimas sem o consentimento) tenham os seus direitos garantidos.

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Se a vítima é menor de 18 anos, a violência é tipificada como um crime de pornografia infantil e qualquer um pode denunciar. De acordo com a legislação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o crime pode acarretar em uma pena de reclusão de 3 a 6 anos para quem oferece, troca, disponibiliza, transmite, publica ou divulga esse tipo de material.

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Porém, se a vítima é maior de 18 anos, ela precisa fazer um registro de ocorrência em uma delegacia especializada. O crime, então, passa a ser categorizado como crime contra honra e, se foi impetrado por um autor de coabitação ou de alguma intimidade com a vítima, também pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha.

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De acordo com Juliana Cunha, o serviço de denúncia do SaferNet, assim como o canal de ajuda, são ferramentas de acolhimento para quem está vivenciado essa situação.

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“A Safernet acolhe essas vítimas, porque ainda tem muita gente que tem medo de falar. Há uma percepção de impunidade muito grande em relação a esses crimes. A gente precisa sensibilizar as pessoas para que elas tenham a condição de acionar a rede de garantias de direito”, explica.

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Você pode entrar em contato com o HelpLine via chat ou por telefone. Três psicólogos vão te orientar sobre os crimes online, sempre com anonimato e sigilo das informações garantidos. O serviço é gratuito e está disponível 24 horas por dia.

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Não é sua culpa

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A campanha, originalmente criada pela ONG americana Thorn, será uma das atividades que marca a semana de mobilização em torno do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.

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Para Daniele Kleine, porta-voz do Facebook Brasil, a iniciativa é uma oportunidade de discutir a seguraça e a privacidade dos usuários nas redes sociais.

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“O desenvolvimento de tecnologia é o nosso negócio, mas a gente sabe que não é suficiente. Por isso investimos nas parcerias com as organizações especialistas, caso da SaferNet. É preciso levar essa discussão sobre a segurança online para o mundo inteiro. E a campanha fala, sobretudo, disso, de quebrar o silêncio e ajudar as pessoas que estão nessa posição”, explica Daniele Kleiner, em entrevista ao HuffPost Brasil.

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Para apoiar o movimento, foram criadas as #NãoÉSuaCulpa, #TamoJunto e #PareSextorsão, além de um vídeo narrado pela atriz e cantora Clarice Falcão com informações para pais, educadores e familiares das vítimas.

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Entenda como funciona a ferramenta do Facebook contra o vazamento de imagens

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  • Se você se deparar com uma imagem que parece ter sido compartilhada sem autorização no Facebook, você poderá denunciar este conteúdo ao clicar na seta localizada no canto superior direito de todos os conteúdos publicados em nossa plataforma, ou no “…” (reticências) localizada próxima a publicação;
  • Uma vez denunciado, membros especialmente treinados do nosso time de Operação de Comunidade irão revisar os conteúdos, e removê-los caso violem nossos Padrões de Comunidade. Em muitos casos, nós também vamos suspender a conta que compartilhou estas imagens íntimas sem permissão. Nós também oferecemos um processo claro para apelar a decisão;
  • Vamos, então, utilizar a tecnologia de “photo-matching” para ajudar a frustrar as tentativas de compartilhar as imagens no Facebook, Messenger e Instagram. Se alguém tentar compartilhar a imagem depois que ela foi denunciada e removida, nós vamos alertar essa pessoa que a imagem viola nossas políticas e que nós vamos impedir sua tentativa de compartilhamento;
  • Nós também fizemos uma parceria com organizações de segurança que oferecem recursos e apoio às vítimas deste tipo de comportamento.
  • A ferramenta de Reconhecimento Facial também pode ser uma aliada. Ela te ajuda a identificar possíveis fotos suas que estão na plataforma mas que você não tem o conhecimento de que as imagens estavam online.

 

 

 

 

 

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