Saiu no site REVISTA COSMOPOLITAN:
Veja publicação original: Bella Piero: “Tem que ter coragem e força para não se calar”
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Por Mayara Santos
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Como Laura, de O Outro Lado do Paraíso, a atriz Bella Piero, 22 anos, levou muita gente às lágrimas. A personagem abusada na infância pelo padrasto enfrentou o agressor no tribunal e tentava recuperar a vida amorosa. Mesmo com o final da novela, esse ainda é um assunto muito importante de se discutir. A atriz conversou com a COSMO e contou como foi encarar esse papel com uma carga emocional tão pesada.
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Em um bate-papo com COSMO, a atriz falou sobre o sucesso e a importância de sua personagem na novela O Outro Lado do Paraíso
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Você tem recebido mensagens de meninas que passam pela mesma situação que a personagem?
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Muitas! É assustador a quantidade de gente que compartilha comigo histórias que se aproximam da dela. Ao mesmo tempo que é duro para mim ler tudo isso, é uma forma de ajuda. Fico triste de perceber que o drama que venho contando não é uma ficção, é uma realidade que muitas pessoas no Brasil acham que é comum. Mas fico feliz em poder mostrar que isso não é normal, que é uma doença, um crime, e que as vítimas não podem se calar. Por mais difícil que seja, elas precisam denunciar.
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Você esperava tanta repercussão?
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Não, e me surpreendi de uma maneira bem positiva. Claro que é um assunto delicado, um tabu muito grande. Sabia que ia causar um barulho, mas não imaginava que seria nessa proporção. Eu e meus parceiros de elenco quisemos fazer o mais crível possível para chegar a essas famílias e fazê-las refletir.
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Qual recado você deixa para todas as Lauras da vida real?
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Que a culpa nunca é delas. É difícil perceber isso quando o abuso acontece dentro de casa, ainda mais quando a vítima é uma criança. Que tem medo de contar porque a mãe não vai acreditar, porque pensa que foi ela que provocou andando de short curto… A frase que mais precisa estar interiorizada nessas meninas é que a culpa não é delas e elas não estão sozinhas. Mesmo com os obstáculos, tem que ter coragem e força para não se calar, denunciar, buscar ajuda e colocar o criminoso no lugar dele.
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Você é apoiadora da campanha Ela Decide, da ONU, que visa o empoderamento feminino. Qual a importância de defender essas causas?
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Para mim, é muito importante ser colaboradora. Ainda somos muito desvalorizadas, estigmatizadas, assediadas e violentadas. Então movimentos como esse mobilizam e conscientizam a sociedade, mostrando que não existe mais espaço para o silêncio e para a mentalidade retrógrada machista.
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