Saiu no site CARTA CAPITAL
De acordo com o levantamento, 46.409 homicídios foram registrados em 2022. Os pesquisadores reconhecem, porém, que o montante pode ser subestimado
O Brasil registrou mais de 46 mil homicídios em 2022. Parte importante desses assassinados – 49% do total – aconteceu contra jovens entre 15 e 29 anos.
É o que mostra o Atlas da Violência, publicado nesta terça-feira 17 pelo Fórum Brasileiro d Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea.
De acordo com o levantamento, 46.409 homicídios foram registrados em 2022, o que indica uma taxa de 21,7 a cada 100 mil habitantes.
Os pesquisadores reconhecem, porém, que o montante pode ser subestimado. De modo geral, é possível indicar, segundo a pesquisa, que várias mortes violentas aconteceram por causas indeterminadas e ficaram sem registro.
O levantamento também aponta que não houve variação significativa da taxa de homicídio no país entre 2019 e 2022.
A população jovem, como mencionado, é a que mais sofre pelos altos números de mortes violentas. Segundo o Atlas, a taxa de homicídios praticados contra jovens, em 2022, ficou em 46,6 a cada 100 mil habitantes. Apesar de notável, a taxa é inferior à registrada em 2021, quando ficou em 49 a cada 100 mil.
gressão sexual contra meninas
O Atlas da Violência revelou que as agressões sexuais foram as práticas mais registradas contra meninas de 10 a 14 anos no Brasil, em 2022.
Quase metade (49,6%) de todos os casos de violência contra meninas de 10 a 14 anos foi de agressão sexual. No que se refere a violência contra bebês e crianças até 9 anos de idade, 30% foi de agressão sexual.
A coordenadora da pesquisa, Samira Bueno, que também é diretora-executiva do Fórum, disse que é “assombroso” o que os números divulgados hoje revelam.
A situação é especialmente importante em um momento em que o país se vê em meio ao debate sobre o Projeto de Lei (PL) que tramita na Câmara dos Deputados que poderá equiparar o aborto ao crime de homicídio.
Na semana passada, a Casa aprovou a tramitação em regime de urgência. Pelos termos do texto, o projeto pode estabelecer que a pena para a mulher que interromper a gravidez seja mais dura do que à imposta à pessoa que a estuprou..