Saiu no site INSTITUTO GELEDÉS
Veja publicação original: Assassinatos de mulheres na África do Sul causam protestos e impõem pressão ao governo
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Estupro seguido de morte de estudante que buscava uma encomenda no correio foi um dos estopins para os protestos. Presidente sul-africano promete medidas.
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Dois recentes feminicídios levaram milhares de manifestantes às ruas da Cidade do Cabo para exigir o fim da violência contra a mulher na África do Sul. Os protestos impuseram pressão no presidente sul-africano, que prometeu medidas para conter o problema no país (leia quais são as medidas mais adiante).
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Um dos casos recentes foi a morte de Uyinene Mrwetyana, de 19 anos, que chocou a opinião pública sul-africana. A jovem foi estuprada e assassinada em uma agência de correio por um funcionário ao buscar uma correspondência, em 24 de agosto.
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O assassino confessou o crime diante de um tribunal da Cidade do Cabo. Após estuprar a jovem, o homem bateu na vítima com uma balança até ela morrer e escondeu o corpo. Ele está detido.
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Dias depois, a boxeadora Leighandre Jegels foi assassinada a tiros por um ex-namorado. Ela havia uma ordem de proteção contra o homem, um policial. A mãe da vítima também se feriu no ataque.
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O assassino morreu em um acidente de carro enquanto ainda estava foragido da polícia. Ele chegou a ser preso e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
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Ambos os casos enfureceram sul-africanos e levaram milhares de mulheres a compartilharem nas redes sociais o medo de serem violentadas. Além disso, uma petição online reuniu mais de 400 mil assinaturas para pressionar o governo a tomar medidas contra o feminicídio e outras formas de violência contra a mulher.
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De acordo com o grupo Africa Check, a África do Sul é o quarto país do mundo mais perigoso para mulheres. Segundo os ativistas, uma mulher é assassinada a cada três horas na África do Sul.
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Presidente promete tomar medidas
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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, prometeu na quinta-feira (5) intensificar o combate à violência contra a mulher no país após as manifestações desta semana. Ele compareceu às manifestações na Cidade do Cabo – que recebe o Fórum Mundial Econômico na África.
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“É um crime contra nossa humanidade comum. Ouvimos os pedidos das mulheres de nosso país por ação e por justiça”, afirmou Ramaphosa em pronunciamento na televisão.
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“Violência contra a mulher é um problema dos homens. São homens que estupram e matam mulheres”, acrescentou.
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De acordo com reportagem da agência Associated Press, Ramaphosa prometeu as seguintes medidas para abordar o problema da violência de gênero na África do Sul:
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- Apresentar propostas para a aumentar a pena mínima para quem comete crimes do tipo
- Propor o fim da fiança e da progressão de pena
- Pedir a parlamentares emendas para tornar público registros sobre abusadores e outros criminosos de gênero
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Violência contra imigrantes
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As cobranças ao presidente sul-africano vêm em meio a uma onda de violência contra estrangeiros na África do Sul, que deixou ao menos 10 mortos desde domingo.
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Grupos armados com bastões e pedras incendiaram ou saquearam lojas e estabelecimentos de estrangeiros em cidades como Johanesburgo, a maior do país. Os criminosos também invadiram casas de imigrantes – centenas deles precisaram buscar abrigo em igrejas e delegacias. Ao menos 189 pessoas foram presas.
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Em retaliação, seleções de futebol, artistas e uma companhia aérea anunciaram boicote à África do Sul. Além disso, o governo da Nigéria cancelou a ida ao Fórum Econômico Mundial da África que ocorre na Cidade do Carro.
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