Saiu no site FOLHA DE S.PAULO:
Veja publicação original: Artistas da exposição ‘Mulheres Radicais’ inspiram documentário sobre suas vidas e carreiras
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Por Isabella Menon
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Plataforma Hyteria lançará no ano que vem longa com depoimentos de artistas que estão na mostra da Pina
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Inspirada na mostra “Mulheres Radicais”, a plataforma multimídia Hysteria —formada só por mulheres— lançará no ano que vem um documentário sobre as artistas que compõem a mostra, em cartaz até novembro na Pinacoteca.
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Foi em Nova York, onde a exposição esteve no início deste ano, que Isabel Nascimento Silva e Isabel De Luca começaram a produzir o longa. Depois, seguiram as filmagens em uma casa no Morumbi, na zona oeste de São Paulo. “Muitas dessas mulheres [que estão na mostra] não se conheciam. Aqui, quisemos fazer uma rede de conversa”, diz De Luca.
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Partindo desse ponto, elas selecionaram algumas das 120 artistas de “Mulheres Radicais” para falarem sobre temas variados, desde suas carreiras até suas vidas pessoais.
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A ideia é que uma artista entreviste outra. O sistema forma uma espécie de ciclo, em que a primeira a entrevistar, no caso a artista paulistana Lenora de Barros, será a última interrogada. A entrevista conduzida por Barros foi uma das mais emocionantes para as produtoras. Isso porque, em conversa com Sylvia Palacios Whitman, a artista chilena revelou um episódio trágico de sua vida.
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No início do diálogo, a chilena faz um pedido: “Sei que você vai me perguntar porque eu fiquei 30 anos sem produzir nada, eu não vou responder”. Dito isso, Palacios respira e diz: “Vou contar, sim. Meu filho se matou quando eu corria o mundo fazendo sucesso”.
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Ao contar sobre a tragédia, Palacios relaciona o hiato na produção artística ao fato de ela ser mulher, já que seu marido —e também artista— Robert Whitman não parou de trabalhar à época.
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“Quando olhamos a curva de produção das artistas, é comum ver que a maioria para de produzir por dez ou 15 anos”, diz a produtora Isabel Nascimento Silva. Ela percebeu que os motivos divergem. Podem influenciar desde o nascimento de filhos até a falta de sucesso, que impossibilita o sustento do trabalho.
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Além das conversas, o documentário terá cenas de bastidores e das artistas na abertura das exposições. Uma delas mostra a colombiana María Evelia Marmolejo, 60, levando a família ao Museu do Brooklyn, em Nova York. Na mostra, ela aparece em retrato durante uma performance em que fazia desenhos com o sangue da própria menstruação, nos anos 1970.
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Apesar de o documentário ter um lado feminista, a maioria das artistas retratadas não levanta bandeiras. Costumam dizer que entre 1960 e 1985 as questões eram outras —os trabalhos apresentados coincidem com períodos ditatoriais na América Latina. “Se fosse hoje, elas seriam consideras as grandes artistas feministas do rolê”, diz De Luca.
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