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Veja publicação original: ARTIGO: Meninas devem ser livres para sonhar e ter liberdade para liderar
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Este ano, mais de 1 mil meninas em todo o mundo assumiram papéis de presidentes, prefeitas, diretoras e outras lideranças, com o objetivo de demonstrar que meninas devem ser livres para sonhar e ter liberdade para liderar. A iniciativa foi promovida pela organização não governamental Plan International.
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Em artigo, a refugiada iraquiana Sandy Alqas Botros conta como foi sua experiência ao assumir por um dia o comando da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Leia o artigo completo.
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Meu nome é Sandy Alqas Botros. Tenho 19 anos e sou do Iraque. Meu pai é engenheiro elétrico e minha mãe é costureira. Eu nunca imaginei que um dia eu me tornaria uma refugiada.
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Em 2015, fugimos da nossa casa depois que Mosul foi tomada por milícias. Perdemos tudo. Na Turquia, embarcamos em um pequeno barco rumo à Grécia e, eventualmente, encontramos segurança em Hamburgo, na Alemanha.
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Lá, aprendi a falar alemão e pude continuar meus estudos do Ensino Médio. Minhas disciplinas favoritas são Matemática, Química e Política. Meus hobbies são tocar piano, ler livros e desenhar. Falo quatro idiomas: árabe, aramaico, inglês e alemão. Quando chegamos, foi difícil, mas, com o tempo, aprendi o idioma e fiz novos amigos, e tudo se tornou mais fácil.
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Esta é a história do que aconteceu quando me foi dada a oportunidade de assumir por um dia um cargo de alto escalão da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
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O Girls’ Takeover, uma ação global liderada pela organização não governamental Plan Internacional, teve como objetivo comemorar o Dia Internacional da Menina.
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Este ano, mais de 1 mil meninas em todo o mundo assumiram papéis de presidentes, prefeitas, diretoras e de outras lideranças, para demonstrar que as meninas devem ser livres para sonhar e ter liberdade para liderar. Tenho muito orgulho de ter sido uma delas.
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“Eu acredito que educar os refugiados pode gerar um grande impacto.”
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Em setembro, assumi a posição de George Okoth-Obbo, o alto-comissário adjunto de operações do ACNUR. Passei um dia inteiro estudando e discutindo questões que envolvem refúgio com representantes, diretores e outros gerentes.
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Tive reuniões sobre muitos temas, incluindo o trabalho da agência em prol da prevenção, sua resposta à exploração e ao abuso sexual, a importância da educação nos campos de refugiados e a participação de mulheres e meninas nos programas para refugiados.
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Além disso, assumi a conta do Twitter de Okoth-Obbo, e espalhei mensagens pelo mundo. O próprio Okoth-Obbo me acompanhou e me apoiou como meu assistente especial.
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Durante a experiência, contribui com o meu ponto de vista e destaquei a importância da educação. Muitas crianças em campos de refugiados têm acesso limitado à educação ou não possuem acesso algum.
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É extremamente necessário um maior número de professores e de escolas dentro e nos arredores dos campos de refugiados. Acredito que refugiados que receberam educação podem gerar um grande impacto e ajudar a ensinar outros refugiados em aulas informais.
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Também gostaria de encorajar o ACNUR a envolver mais mulheres e meninas nos processos de tomada de decisão. Por exemplo, no Iraque, a maioria das meninas nunca teve a chance de participar de um programa de refugiados como eu tive na Alemanha. Eu acredito que seja importante que mais mulheres possam liderar programas e encorajar a participação de outras meninas.
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Ao trabalhar com o Plan International Youth Group, vi com meus próprios olhos como a participação feminina é importante para garantir que as meninas recebam a proteção e o apoio adequado.
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Com o Girls’ Takeover, quero mostrar a outras meninas que a participação política é importante e incentivá-las a fazer o mesmo. Espero que a minha experiência pessoal aqui possa se tornar um exemplo.
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A reação positiva que recebi após assumir o comando do ACNUR me inspirou a continuar meu engajamento com a Plan International e na campanha da Agência da ONU para os Refugiados por igualdade e direitos das crianças.
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Depois de terminar a escola, quero estudar em uma universidade e me qualificar para continuar meu trabalho em programas de refugiados que apoiam meninos e meninas no mundo todo.
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