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Veja publicação original: Arapiraca acolhe mulheres vítimas de violência doméstica
A programação da campanha “Agosto Lilás” está se encerrando, mas não a luta de combate e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. Em Arapiraca, há um órgão municipal que acolhe, cuida e orienta a vítima. É o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), que funciona no bairro Alto do Cruzeiro.
Maria Aline (nome fictício), 34 anos, conhece as atividades do CRAMSV. Na verdade, ela não só conhece, mas é assistida pela equipe do órgão. Há dois anos, após uma sequência de cenas de violência, promovidas pelo seu companheiro, se encheu de coragem e buscou ajuda. Hoje, ela se enxerga diferente e fala sobre a sua experiência como um alerta a outras mulheres que vivem situação semelhante.
“Eu acredito que compartilhar a minha história possa alertar outras mulheres para os riscos de uma relação abusiva. Sei que não é fácil admitir. Na verdade, no meu caso, eu não conseguiria encarar sozinha a situação, vencer a depressão e curar as dores físicas e emocionais, se não fosse o apoio dos profissionais do CRAMSV”, declarou Maria Aline.
Ela conta que o tempo de convivência com o parceiro foi curto, apenas seis meses. Neste período, engravidou. O seu estado não foi capaz de inibir espancamentos e xingamentos. “O medo da morte me fez ir até a Delegacia da Mulher e fazer a denúncia. Foi lá que eu soube do CRAMSV e resolvi conhecer o lugar. A sensação foi de acolhimento, desde o primeiro momento. Aqui, passei a entender sobre os tipos de violência que sofria, os meus direitos e como fortalecer a minha autoestima”, afirmou.
Atendimentos
A história da Maria Aline, apesar de ser contada aqui com nome fictício, artifício para preservar a imagem da vítima, é real. E faz parte do cotidiano de muitas mulheres. Desde 2012, ano de inauguração do CRAMSV, mais de 2 mil e 500 mulheres foram atendidas no local. “O número poderia ser maior, mas ainda há resistência na busca por ajuda. Entre os motivos, a vergonha da exposição”, ressaltou Joana Jatobá, assistente social do Centro de Referência.
Agosto Lilás
Sáskia Maia, coordenadora Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, lembra que o mês de agosto, escolhido para a execução da campanha “Agosto Lilás”, é o mesmo da sanção da Lei Maria da Penha. Umas das maiores conquistas das mulheres, criada para protegê-las contra a violência doméstica e familiar. “Além de punir o agressor, esta lei tipifica a violência doméstica e oferta as medidas protetivas de urgência”, ressaltou.
Coordenadora Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Sáskia Maia, acolhe vítima
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) define como agressão cinco tipos de violência doméstica:
Violência Física – são os tapas, empurrões, socos ou facadas, causando danos a saúde e integridade física da mulher.
Violência Psicológica – qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e diminuição da sua autoestima.
Violência Sexual – qualquer conduta que lhe constranja a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça ou força.
Violência Patrimonial – quando seus objetos pessoais ou documentos, ou, ainda, seus bens e patrimônio são retidos, destruídos, total ou parcialmente.
Violência Moral – entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
CRAMSV – Rua Padre Jéferson de Carvalho, 198, Alto do Cruzeiro.
(82) 3539-4017 e (82) 99991-2443.