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Agarrar, colocar contra a parede, usar a força: O que dizem as vítimas de Marcius Melhem

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A advogada criminalista Mayra Cotta detalhou, em entrevista à Folha de S.Paulo, as acusações das 12 mulheres que representa, entre testemunhas e vítimas, contra o ex-diretor da TV Globo Marcius Melhem. De acordo com ela, o humorista era violento e tornava o ambiente tóxico para as mulheres. Em sua conta no Twitter, ele negou as acusações.

Na entrevista, a advogada afirma que há casos de “mulheres falando não, não quero, me solta, não vou beijar, não vou ficar com você. E ele tentando, agarrando. (…) De agarrar, de as colocar contra a parede, tentar beijar à força. Isso é bastante violento.” Ela reforça que não era uma situação de flerte e que ele estava em uma situação de poder.

“Ele isolava as atrizes, tinha o poder de não as dear ir para outros lugares [na emissora], fazer outras coisas. E criava um ambiente de trabalho tóxico. As pessoas se sentiam presas, sem conseguir se livrar daquilo. Ele usava situações de trabalho para as tentar agarrar à força, inclusive usando violência”, afirma.

Como é comum em casos de abusos, segundo a advogada, o humorista agia de forma sistemática e insistente. Ele usava do poder para decidir quais mulheres seriam escaldas para trabalhar ou não, o que permitia que ele prejudicasse a carreira daquelas que o rejeitasse. “É um chefe que se vale de sua posição para tentar usar o poder que tinha de contratar ou demitir para as constranger a se envolver com ele”, explica Cotta na entrevista.

As vítimas têm mantido o anonimato para evitar que fiquem atreladas ao caso. “Nenhuma mulher quer ser definida para sempre como uma vitima de assédio sexual”, pontua. Uma das vítimas que denunciou Melhem foi a atriz Dani Calabresa, em dezembro do ano passado.

O humorista nega das acusações. No Twitter, ele afirmou que “mesmo abraçando profissionalmente a causa feminista, ainda combato o machismo dentro de mim, erro, posso ter relações q magoem. Tento melhorar e aprender. E queria muito falar sobre isso. Mas diante de acusações tão graves que de forma alguma cometi, o que eu posso fazer? Negar”.

“Sei que num caso desses, ainda mais no momento que vivemos, de tanto ódio, serei culpado até provar o contrário. Então quero que tudo seja colocado às claras, expor a minha inocência e os meus erros. Quero poder pedir desculpas e cobrar responsabilidades. Vou em busca da verdade”, disse.

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