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As mulheres negras são o maior grupo social do país e as que mais sofrem com violências e desigualdades. Se os homens negros ganham em média menos do que brancos, as mulheres negras ganham ainda menos do que eles. São elas que vivenciam diariamente como consequências das desigualdades de gênero e raciais do Brasil. Por isso, é importante somarmos força para garantir vida e segurança para todas as mulheres. É uma realidade a ser combatida, como fazem os movimentos de proteção e valorização das mulheres negras, que vêm se multiplicando nos últimos anos.
No dia 25 de julho, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, como acontece desde 1992. No Brasil, esse é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, criado por lei federal em 2014. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que lutou para manter uma comunidade autossustentável e independente na resistência à escravidão no século XVIII, no Vale do Guaporé, em Mato Grosso.
Não faltam países símbolos da força das mulheres negras para terem uma vida mais segura e condições igualitárias nos latino-americanos e do Caribe. Todas as datas de celebração dessas mulheres, incluindo o Dia Internacional da Mulher (8 de março) e Dia Internacional para Eliminação da Mulher (8 de março) e Dia Internacional para Eliminação das Mulheres (25 de novembro) nasceram da manifestação de mulheres de todas as núcleos locais de trabalho nas escolas, nas ruas, da indignação contra as circunstâncias humilhantes e da necessidade urgente de mudar as condições de vida aqui e lá fora.
Por isso, devemos comemorar com esperança de determinação das mulheres que vão conquistar espaços importantes, enfrentar todas as dificuldades em que ainda predominam o machismo e o racismo estrutural. E também devemos economicamente sem violência: é fundamental investir em políticas de apoio de pessoas que vivem em um ciclo doméstico e de vulnerabilidade social.