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‘A violência contra a mulher é naturalizada, continuada e cíclica’, afirma coordenadora do Nepem

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Romper com o ciclo de violência de gênero passa pela reeducação e conscientização, acredita Marlise Matos

 

 

 

Sete em cada dez mulheres já foram ou serão violentadas em algum momento da vida, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Romper com esse ciclo de violência passa pela reeducação e pela conscientização dos agressores. É preciso compreender a violência de gênero como um ato de poder dos homens sobre as mulheres — caso contrário, a dominação de gênero nunca vai acabar.

 

 

“A violência contra a mulher é naturalizada, continuada e cíclica”, afirma a professora Marlise Matos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher da UFMG (Nepem), na coluna Gênero e Feminismo desta quinta-feira, 16, veiculada no Jornal UFMG da Rádio UFMG Educativa. Para ela, o poder exercido de forma violenta e abusiva pelos homens sobre as mulheres busca “dominar, controlar e disciplinar os corpos das mulheres e está na origem desse ciclo perverso de violência”.

 

 

A violência de gênero se apresenta muitas vezes de forma sutil, trivial e banal — como a mulher que é criticada por vestir uma roupa considerada curta demais ou por não deixar uma refeição pronta para o companheiro. “Domínio não é sinal de amor, mas de violência”, alerta Marlise.

 

 

Além da responsabilização criminal dos agressores, é preciso que eles sejam encaminhados para grupos terapêuticos. A própria Lei Maria da Penha determina a criação de centros de educação e de reabilitação para os agressores. Em Belo Horizonte, entidades como o Instituto Albam vêm trabalhando neste sentido.

 

 

A colunista aproveita para criticar mais uma vez o avanço da PEC que pode criminalizar o aborto em todos os casos no Brasil – incluindo mulheres vítimas de violência sexual. “O estupro é uma demonstração absurda, perversa, cruel e danosa de domínio, controle e subjugação da mulher pelo homem. Submeter uma mulher a ter o filho de um estuprador é verdadeiramente uma tortura”, disse.

 

 

Debater formas de romper com esse ciclo de violência é a proposta do Café Controverso deste sábado, 18, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade), às 11h. Com participação aberta ao público, a última edição do ano traz como tema Violência contra a mulher: é possível reeducar? e convida a professora Marlise Matos e Leonardo Leite, psicólogo e coordenador de grupos reflexivos do Instituto Albam.

 

 

 

 

 

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