Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:
Veja publicação original: “A solidão da negra começa na infância”, desabafa mãe sobre episódio de racismo sofrido pela filha
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Empresária e youtuber detalhou momento em que a filha foi deixada de lado em parquinho por outras crianças por ser negra
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Após ver sua filha de apenas 4 anos sendo vítima de racismo em um parquinho, a empresária e youtuber Ana Paula Xongani desabafou nas redes sociais sobre a solidão imposta às mulheres negras já no início da vida.
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Na publicação, Xogani descreveu o momento em que supervisionava a filha em um playground e a viu ser deixada de lado pelas outras crianças. O texto viralizou.
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“É muito triste ver a sua filha sendo rejeitada! Mesmo antes de dizer ‘Olá!’. Ela chega perto e todas correm, ela se aproxima, e todas as outras se agrupam, ela chama e ninguém responde. Isolam-na, excluem-na, machucam-na”, escreveu em seu perfil no Facebook.
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“O racismo é aprendido pelas estruturas e reproduzido pelos pequenos de forma assustadora”, analisou. “Ela não entende, mas sente. Não reclama, mas entristece. Meu coração parte!”
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Em seguida, a youtuber compartilhou um vídeo complementando sua frustração com o episódio.
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CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA
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“Em lágrimas escrevo:
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Tem muita coisa linda na maternidade, mas tem muitas dores também. Ser mãe de uma menina preta me trouxe muitos medos, muitos desafios e muita força.
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É muito triste ver a sua filha sendo rejeitada! Mesmo antes de dizer “Olá!” ela chega perto e todas correm, ela se aproxima, e todas as outras se agrupam, ela chama e ninguém responde. Isolam-a, excluem-a, a machucam.
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Ela não entende, mas sente. Não reclama, mas entristece. Meu coração parte!
Dessa vez eu tava aqui espiando, chorando e pensando em formas de acolher a minha filha. Dessa vez eu chamei ela pro meu colo, abracei, disse que ela era linda e inteligente, falei que a amava.
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Mas e quando eu não estiver?
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A gente sempre fala da solidão da mulher negra, muitas vezes relacionada a afetividade adulta. Mas essa solidão começa muito cedo, começa na infância. O racismo é aprendido pelas estruturas e reproduzido pelos pequenos de forma assustadora. Tivemos avanços, mas as nossas meninas negras ainda são preteridas, rejeitadas, isoladas.
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À minha filha eu perguntei:
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– Suas amigas não querem brincar?
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E ela me respondeu:
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– É sempre assim mãe, mas eu não me importo, gosto de brincar sozinha.
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Será que gosta? Ou aos 4 anos já se protege na solidão?
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E pra você que acredita que é “coisa de criança” certamente você nao é uma mulher negra.
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Nós mulheres negras vivemos esses mesmo traumas na infância, foi ruim mas com o passar do tempo a gente esqueceu, superou ou refletiu em outros momentos da vida. Mas, ser mãe te faz reviver alguns deles, e dessa vez de forma mais intensa e muito mais dolorosa.
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Doe muito!
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*Gravei e publiquei um vídeo/desabafo no canal do youtube Ana Paula Xongani – nome do vídeo: ‘Tenho Pressa’*”
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