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A SAGA DE UMA MULHER NEGRA COM O CINEMA

Saiu no site REVISTA TRIP

POR ISABELLA LANAVE

 

 

A história de Adélia Sampaio, a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Amor Maldito foi lançado em 1984 e enfrentou várias barreiras para chegar à tela

Era década de 50 e Ivan, o terrível, de Sergei Eisenstein, estreava no Brasil. No Metro Passeio (cinema que funcionou de 1936 a 1964), no centro do Rio de Janeiro, desde a calçada um tapete vermelho recebia quem chegava sob a luz de refletores. “Eu tremia”, lembra Adélia Sampaio, 74 anos, sobre o dia em que descobriu o seu amor pelo cinema. Por convite de sua irmã, Eliana, a menina, na época com 13 anos, entrava numa sala de cinema pela primeira vez. A tela acendeu e as luzes se apagaram. “Eu fiquei apavorada, o que é isso?” Letreiros, personagens enormes – as produções soviéticas da época eram muito avançadas em tecnologia. “Eu quero fazer isso!. Foi o único sentimento que eu consegui expressar na hora”, lembra a cineasta mineira radicada no Rio de Janeiro. No início de 2017, Adélia está reunida com outras diretoras negras na sede da Ancine, também no centro do Rio, no Seminário Diversidades, cuja programação inclui a exibição de Amor maldito. Seu primeiro e único longa-metragem, de 1984, é também o primeiro dirigido por uma mulher negra no Brasil.

 

 

Baseado em fatos reais ocorridos em Jacarepaguá, o roteiro de José Loureiro trata com um tom policialesco do amor entre duas mulheres – a jovem executiva Fernanda Maia (Monique Lafond) e a ex-miss, filha de um pastor evangélico, Suely Oliveira (Wilma Dias) – e do suicídio de uma delas. A narrativa varia entre o julgamento de Fernanda, acusada pela morte de Suely, e as suas lembranças. “Eu estava trabalhando numa coisa em que eu acredito. Sou verticalmente contra qualquer preconceito, qualquer homofobia. Por isso que eu dedico aos meus filhos. Não é demagogia não, é real”, explica a diretora.

 

 

Veja publicação original: A SAGA DE UMA MULHER NEGRA COM O CINEMA

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