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Katherine BrooksEditora sênior de Arte & Cultura, The Huffington Post
As pessoas que curtem os livros de Margaret Atwood há muito tempo estão tendo um ótimo ano.
Primeiro foi a adaptação feita pela Hulu de O Conto da Aia (The Handmaid’s Tale, em inglês) que chegou, elogiada pela crítica e, ao que parece, oferecendo à América uma história cautelar distópica que é relevante para o país. Agora é a Netflix que está embarcando no bonde Atwood para lançar sua própria minissérie baseada no livro Alias Grace, da autora.
Publicado em 1996, o livro de ficção histórica trata da morte muito real de Thomas Kinnear e sua amante/criada grávida Nancy Montgomery, que teriam sido assassinados por dois outros empregados de Kinnear, Grace Marks e James McDermott, na região do Alto Canadá, atual Ontario. Os dois acusados foram condenados, mas a culpa de Grace Marks – frequentemente descrita como uma jovem atraente – foi questionada profundamente, tanto assim que ela acabou sendo absolvida depois de passar 30 anos encarcerada.
Atwood apresenta um relato, com toques de ficção, dos assassinatos cometidos em 1843, em um livro de 468 páginas que trata de temas importantes e já familiares como a vilania feminina e como a estratificação social afeta a justiça criminal. Uma resenha publicada no “New York Times” em 1996 descreve bem o caráter significativo do livro:
Alias Grace”possui as dimensões físicas e o peso de autoridade de um romance do século 19. Em sua abrangência, sua seriedade moral, sua narrativa paradoxalmente ponderosa e instigante, o livro evoca o modo alto vitoriano, apimentado com detalhes fantasmagóricos na trama e artifícios divertidos do igualmente alto gótico — os estilos literários do período em que a história é ambientada.
Segundo a Entertainment Weekly, Anna Paquin, de True Blood, vai assumir o papel de Montgomery, enquanto Sarah Gadon (vista recentemente em “11.22.63”, da Hulu), fará Grace Marks. Ker Logan e Paul Gross vão representar os homens, respectivamente McDermott e Kinnear. Edward Holcroft será o médico fictício que Margaret Atwood inseriu na história.
Escrita e produzida por Sarah Polley, como direção da veterana Mary Harron (“Psicopata Americano”), a minissérie está prevista para estrear no outono americano.
Isso compensa mais ou menos pelo fato de a HBO ter desistido de produzir a adaptação de Darren Aronofsky, já com roteiro pronto, da trilogia MaddAddam, de Atwood. Alguém poderia se encarregar desse projeto, por favor?