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“A minha música empodera, eu sou poderosa”

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Veja publicação original:  “A minha música empodera, eu sou poderosa”

 

Por Clara Floriano

 

A rapper paranaense Karol Conka falou sobre sua trajetória e sobre o empoderamento, diversidade e inclusão social no MaxiMídia 2017. Para Karol, as pessoas devem ter cuidado para não banalizar estas questões.

 

 

“Tem que cuidar pra não ficar uma coisa banal, tosca e boba. As vezes vem pessoas me entrevistar e eu tenho vontade de sair correndo. São pessoas que não entendem e acham que tudo hoje é empoderamento. Flor empoderada, o livro empoderado, a mesa empoderada. Eu não aguento”, afirmou Karol.

 

 

A rapper falou ainda que não gosta do título de “Rainha do Empoderamento”, que muitas vezes lhe é atribuído. “Gente desculpa, eu não sei quem falou isso, não fui eu. Eu acho que legal a gente falar desses assuntos, da diversidade, do empoderamento, do feminismo, mas é legal falar do poder da mulher, não só do empoderamento”, disse.

 

 

Para Karol, é fundamental ter cuidado ao abordar esses assuntos para não ser repetitivo. Segundo ela, muita gente propaga ideias sem entender sobre o que está falando. “Não tá passando mensagem nenhuma, só está repetindo uma coisa que está sendo vista na internet e em tudo quanto é lugar. Tem que dar uma dissolvida em algumas palavras para o público entender o que é, pra não ficar uma coisa banal”, afirmou.

 

 

A rapper citou como exemplo o caso dos negros e disse que não é necessário falar de empoderamento em todo o lugar onde estão. “Não, não precisa. Eu não preciso dessa autoafirmação o tempo inteiro. Eu sou bem segura, sei da minha potência. Então não preciso de ninguém dirigindo meu empoderamento. A minha música empodera, eu sou poderosa”, esclareceu.

 

 

Sobre seu trabalho

Karol lembrou sua persistência para chegar onde chegou, mesmo quando sua mãe não apoiava seu trabalho. Um dos momentos mais marcantes da história da artista, que ela mesma fez questão de destacar, foi uma conversa enquanto comiam macarrão. “Ela falou: Esse macarrão está bom?! E eu falei: Está ótimo. Ela disse: Não foi o rap que pagou, o rap nunca vai te dar nada. E eu falei: Não querida, você vai ver que não vai ser assim”, narrou Conka.

 

 

Quando a rapper fez um disco, a mãe foi ao lançamento e vendo o sucesso da filha se emocionou. “Ela falava: com essa voz enjoada você vai conseguir lançar um disco?! (risos). É um pouco enjoada mesmo, mas eu tenho muita autoestima”, brincou.

 

 

Desta forma, a mãe começou a acreditar no trabalho da filha. “Então ela viu que eu tinha força naquilo, porque eu usava os meus poemas para levar uma palavra de conforto pra quem tivesse numa fase de aflição. Era essa a minha missão e continua sendo”, explicou.

 

 

Foi então, com as vendas do disco e com a realização dos primeiros shows, que Karol fez um macarrão para a mãe. “Eu fiquei esperando aquele momento para fazer a pergunta, para devolver. E eu falei: Está gostoso o macarrão mamãe?! Ela disse: Está uma delícia. Eu falei: Foi o rap que pagou! E hoje eu pago muitas coisas para ela com muito orgulho e ela também é muito orgulhosa disso”, falou.

 

 

A rapper falou ainda sobre a relevância de uma pessoa acreditar no seu potencial. “É muito importante que as pessoas acreditem que elas vão ser aquilo que elas nasceram para ser. E eu nasci para ser comunicadora, para levar mensagem para pessoas, para me exibir, para ser corajosa, para ser uma pessoa determinada e também para correr riscos”, afirmou.

 

 

 

 

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