Saiu no site CLAUDIA
Veja a publicação original: A força das mulheres no isolamento social
.
Desde que a quarentena foi decretada, nós, mulheres, vimos nossa jornada de trabalho triplicar para dar conta de todas as atribuições
.
Por Rachel Jordan
.
O isolamento social decretado em inúmeros países como uma das principais medidas de contenção à propagação do novo coronavírus escancarou uma realidade que vem se perpetuando na vida das mulheres: a desigualdade de gênero.
.
No Brasil, desde que a quarentena foi decretada há pouco mais de dois meses, nós, mulheres, vimos nossa jornada de trabalho triplicar para dar conta de todas as atribuições. Está sob nossa responsabilidade o cuidado maior com os filhos, a administração da casa, e, para aquelas que estão trabalhando em home office, o desafio de atender com eficiência e agilidade às demandas profissionais.
.
Mais do que sermos multitarefas, estamos sendo testadas a manter o nosso equilíbrio emocional e mental, já que o bom funcionamento da casa, invariavelmente, recai sobre nossos ombros. É bem verdade que muitas de nós vivem uma realidade privilegiada, contando com parceiros mais colaborativos, mais presentes na educação dos filhos e na divisão das tarefas domésticas. Mas sabemos que esse recorte é bem pequeno em se tratando de Brasil. Entretanto, mesmo nas situações mais privilegiadas, é a mulher quem tem assumido a responsabilidade da maior parte das funções também nessa fase difícil que estamos atravessando.
.
Historicamente, sempre fizemos esse papel. E num momento em que estamos todos confinados em casa, essa questão salta aos olhos. Na maioria das vezes é a mulher quem está à frente na orientação das tarefas escolares dos filhos e do bem-estar geral da família gerenciando o que precisa ser feito para que a casa se mantenha abastecida, organizada e habitável. E, se for casada, ainda precisa administrar o lado mãe com o de mulher. Para as mães solo, essa missão é muito mais árdua pelo fato de não contarem com a parceria masculina para dividir todas essas questões.
.
A verdade é que com a “aglomeração” familiar imposta pelo confinamento, vimos explodir também uma triste realidade: a violência doméstica. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o número de casos de violência contra a mulher cresceu respectivamente em 30% e 50%. Muitas vezes achamos que somente as menos favorecidas sofrem com esse problema. Mas não é bem assim. Em todas as classes sociais a mulher sofre com agressões verbais e físicas.
.
O momento exige serenidade e sabedoria para contornarmos esses conflitos e os desafios cotidianos que essa crise está nos impondo. Por isso, pensei em algumas dicas que podem nos ajudar a passar de maneira mais leve pelos problemas que estamos atravessando.
.
.
Não esqueça de você
As horas parecem voar e a gente acha que não vai dar conta de tudo. Lembre-se de você, do autocuidado. Crie pequenos momentos de respiro e prazer no seu dia. Faça alguns minutos de meditação, pare para tomar um café com tranquilidade, ouça sua música preferida.
.
.
Divisão de tarefas
Se for casada, promova uma divisão de tarefas com seu marido. Caso os dois estejam trabalhando em esquema de Home Office, conversem e tentem encontrar um ponto de equilíbrio para que um não fique mais sobrecarregado que o outro.
.
.
Lazer com as crianças
Dedique um tempo para brincar com seu filho (a), para se divertirem juntos sem a cobrança do cumprimento das tarefas escolares ou da arrumação da casa. Divirta-se com eles, isso certamente vai lhe proporcionar alguns momentos de relaxamento.
.
.
Jornada de trabalho
Como nosso horário de trabalho está um pouco mais flexível, tente criar o seu expediente, organize seu dia. Evite virar a noite trabalhando, valorize seu descanso. Afinal de contas, no dia seguinte tudo começa novamente.
.
.
Momento mulher
Reserve um tempo para ser mulher, para se sentir bonita. Ninguém merece mais um momento de carinho e afeto do que você. Tome um vinho com seu marido, preparem juntos um jantar especial, assistam juntos a um filme ou uma série.