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A explosão da mulher na música do Brasil em 1979 ecoa há 40 anos – O infinito desejo de Maria Bethânia

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  A explosão da mulher na música do Brasil em 1979 ecoa há 40 anos – O infinito desejo de Maria Bethânia

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Por Mauro Ferreira

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A VOZ DA MULHER EM 1979 (PARTE 6) – Seria injusto sentenciar que Maria Bethânia passou a exalar uma sensualidade a partir de 1979, ano da tomada de posição das mulheres na música brasileira.

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Até porque, já em 1972, com a gravação da canção Esse cara, presente do mano Caetano Veloso, a cantora deixou aflorar sensualidade que reverberaria em gravações posteriores como a do bolero O meu amor(Chico Buarque, 1978), feita por Bethânia em dueto com Alcione.

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Mesmo já entranhada na discografia da intérprete baiana, a sensualidade aflorou de vez em Mel, o álbum que Bethânia lançou em dezembro de 1979, ano em que cantoras e compositoras como Angela Ro Ro, Fátima Guedes, Joyce Moreno e Marina Lima foram projetadas na MPB com escrita feminina, liberta do jugo historicamente machista da visão de compositores que refletiam o comportamento da própria sociedade.

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Ao longo das 12 faixas do álbum Mel, parafraseando a letra da música-título de Caetano Veloso com Waly Salomão (1943 – 2003), a Abelha rainha apresentou repertório intenso que fez de boa parte das músicas do disco um instrumento de propagação do prazer feminino.

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Exalando sensualidade à flor da pele, Cheiro de amor (Jota Moraes, Duda Mendonça, Paulo Sergio Vale e Ribeiro) era originalmente um jinglede motel que Bethânia transformou em hit radiofônico. Da cor brasileira, música de Joyce Moreno com letra feminina de Ana Terra, perfilava o macho brasileiro com doses equilibradas de romantismo sensual e de elegantes alfinetadas no comportamento machista do homem.

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O samba Infinito desejo – uma das duas músicas de Gonzaguinha (1945 – 1991) cantadas por Bethânia no álbum Mel – explicitava a sede incessante de sexo, também assunto de Amando sobre os jornais, ardorosa canção em que Chico Buarque abordava a fome sexual dos sem-teto e sem pudor.

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Em 1979, a mulher já ousava cantar um amor fora dos sofridos padrões românticos de outrora. Sentindo os ventos da liberdade, Maria Bethânia deu voz plena ao gozo das paixões e se lambuzou com o mel da sensualidade em álbum que, a reboque do estouro de músicas como Grito de alerta (Gonzaguinha), se tornaria um dos mais populares da discografia da cantora, roçando o milhão de cópias vendidas ao longo de 1980.

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