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A conceituada universidade europeia que, por um ano e meio, só contratará mulheres

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  A conceituada universidade europeia que, por um ano e meio, só contratará mulheres

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A Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, só vai considerar currículos de professores homens se não encontrar mulheres aptas para dar aulas e pesquisar na instituição, onde apenas 16% do corpo docente é composto por mulheres.

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Para muita gente pode parecer uma medida extrema, mas para o reitor da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, foi uma decisão necessária.

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Destaque no campo da engenharia na Europa, o centro holandês decidiu que no próximo ano e meio vai contratar somente mulheres para postos acadêmicos.

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Homens poderão se candidatar a novos postos apenas se, durante os primeiros seis meses em que a vaga estiver aberta, não aparecerem mulheres aptas a ocupá-los.

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Essa nova política entrou em vigor em 1º de julho deste ano. “Claramente é um passo radical”, diz o reitor Frank Baaijens. “Mas sentimos que era necessário já que medidas mais sutis que estamos tentando nos últimos dez anos não têm funcionado.”

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A instituição tem uma política segundo a qual deveria haver ao menos duas mulheres nos comitês de seleção. Mas apenas 16% das acadêmicas da universidade são mulheres.

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É um dos índices mais baixos não apenas de toda Holanda como de toda a Europa, observa o reitor.

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“O que está claro é que durante os processos de seleção e de recrutamento todos nós – homens e mulheres – temos um viés inconsciente, o que significa que gravitamos para candidatos do sexo masculino”, escreveu Baaijens em um artigo no jornal britânico The Guardian.

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“Isso torna mais difícil para as mulheres começarem e desenvolverem suas carreiras acadêmicas. Para resolver essa situação injusta, tivemos que realizar ações de discriminação positiva, mesmo com o risco de perturbar alguns candidatos do sexo masculino”, afirmou Baaijens.

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O objetivo da universidade é aumentar a representação feminina em ao menos 20% até 2020 e em 30% até a próxima década.

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Nos próximos anos, a instituição estima que terá 150 vagas a serem preenchidas.

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O programa da Universidade de Tecnologia de Eindhoven é batizado em homenagem a Irène Curie, vencedora do Nobel de Química e filha de Marie Curie, primeira mulher a ganhar o Nobel e a única pessoa a ser agraciada com esse prêmio em duas categorias científicas diferentes (Química e Física).

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Escassez de profissionais

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Na Holanda, assim como acontece em outros países europeus, há escassez de engenheiros. “Simplesmente não podemos nos dar ao luxo de excluir metade do potencial intelectual de nossa população, e a engenharia é uma disciplina que tem tudo a ver com inteligência, independentemente do gênero”, afirma Baaijens.

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A proporção de vagas abertas apenas para mulheres será revisada daqui a um ano e meio, a fim de avaliar os resultados do programa.

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Nessa mesma universidade, as alunas mulheres representam 25%. A instituição vai conceder 150 vagas nos próximos anos.

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No ranking das melhores universidades do mundo nas áreas de engenharia e tecnologia, organizado pela Times Higher Education, a Universidade Tecnológica de Eindhoven ocupa o 69º lugar.

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Em 2016, a proporção de mulheres com Grau A – a mais alta posição para realizar pesquisa acadêmica, o parâmetro usado pela Comissão Europeia para comparar os países – variava entre 13% (em Chipre) a 54,3% (Romênia).

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A proporção média de mulheres entre nas universidades e centro de ensino em todos os países da União Europeia, independentemente da classificação, foi de 41,3% em 2018, de acordo com o relatório She Figures, produzido pela Comissão Europeia.

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Os países com menor presença feminina são a República Tcheca (34,4%), a Grécia (35,1%) e a França (36,5%).

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Nos Estados Unidos, as mulheres são 45% do corpo docente trabalhando em tempo integral no ensino superior, segundo dados citados por Bridget Turner Kelly, professora da Universidade de Maryland.

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Mas “quanto mais alto você olha, menos mulheres há, o que mostra que as desigualdades de gênero persistem”, escreveu Kelly em um post no site da Brookings Institution, organização de pesquisa de políticas públicas sem fins lucrativos.

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Representatividade feminina no Brasil

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No Brasil, as mulheres representam quase 70% do corpo docente no país, que passa de 2,5 milhões, segundo censos educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referentes a 2017.

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Mas na educação superior, as professoras são minoria. Dos 384.094 docentes da Educação Superior em exercício, 45,5% são mulheres, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2016.

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De acordo com o Inep, a realidade é totalmente diferente nos primeiros anos de formação.

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Das 48,6 milhões de matrículas da Educação Básica, 49,1% são de mulheres, revelando o equilíbrio no acesso, afirma o Censo Escolar 2017. O mesmo levantamento mostra que as mulheres representam 80% dos professores desta etapa.

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