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A cientista que viajou ao espaço e depois ao ponto mais fundo do oceano

 

Saiu no site G1

 

Veja a publicação original:  A cientista que viajou ao espaço e depois ao ponto mais fundo do oceano

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Ex-astronauta da Nasa Kathy Sullivan se tornou primeira pessoa a conquistar, segundo suas próprias palavras, ‘as duas maiores fronteiras físicas que permanecem depois do surgimento da humanidade’.

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Uma ex-astronauta da Nasa se tornou a primeira pessoa a viajar ao espaço e depois alcançado o ponto mais profundo conhecido no oceano.

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No domingo (8), Kathy Sullivan fez história com seu mergulho de 35.810 pés (ou quase 11 mil metros) no Challenger Deep, ponto mais profundo do Oceano na Fossa das Marianas, no Pacífico.

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“Eu me senti como um alienígena chegando a um planeta estrangeiro e navegando por essa paisagem lunar. Foi bastante notável”, disse Sullivan, de 68 anos, à BBC News.

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O feito a torna a oitava pessoa e a primeira mulher a atingir essa profundidade, cerca de 11 km abaixo da superfície do Oceano Pacífico.

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Sullivan passou cerca de uma hora e meia explorando uma vala em um submersível (pequeno veículo de exploração) especialmente construído para suportar a imensa pressão subaquática.

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O investidor e explorador Victor Vescovo, que antes se tornara a primeira pessoa a visitar os pontos mais profundos dos cinco oceanos, fez companhia a Sullivan na expedição.

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“Nunca me ocorreu que algum dia eu teria essa oportunidade ou que Victor me convidaria para me juntar a ele”, diz Sullivan.

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Victor Vescovo e Kathy Sullivan fizeram expedição à Fossa das Marianas juntos — Foto: Henrique Alvarez

Victor Vescovo e Kathy Sullivan fizeram expedição à Fossa das Marianas juntos — Foto: Henrique Alvarez

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Na profundidade, como na Fossa das Marianas, a água é muito fria, não há luz e a pressão é muito alta. No entanto, de alguma forma, há vida no local — e os pesquisadores estão apenas começando a aprender como as espécies que vivem ali sobrevivem.

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O primeiro mergulho no fundo da Fossa das Marianas ocorreu em 1960 pelo tenente da Marinha dos Estados Unidos Don Walsh e pelo engenheiro suíço Jacques Piccard. Ele viajaram no Trieste, um tipo de submarino de exploração conhecido como batiscafo.

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Imagem da superfície das Fossas Marianas divulgadas pelo estudo da "Nature" — Foto: Reprodução/Nature

Imagem da superfície das Fossas Marianas divulgadas pelo estudo da “Nature” — Foto: Reprodução/Nature

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Meio século depois, em 2012, o diretor de cinema James Cameron mergulhou até o local em seu submarino verde-claro.

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Este mergulho mais recente fez parte da Expedição Ring of Fire — uma tentativa de explorar os pontos mais profundos do Oceano Pacífico.

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Sullivan se tornou astronauta da Nasa em 1979 e fez história em 1984 como a primeira mulher americana a concluir uma viagem espacial.

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Ela ficou mais de 532 horas no espaço. Em 2004, entrou no Astronaut Hall of Fame (Hall da Fama dos Astronautas dos Estados Unidos).

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Depois, ela se Juntou à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), entidade que passou a chefiar.

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Em uma conversa por telefone com a BBC, enquanto ainda estava no mar, Sullivan descreveu o oceano e o espaço como as “duas maiores fronteiras físicas que permanecem depois do surgimento da humanidade”.

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Sullivan aparece em missão a bordo do ônibus espacial Challenger em 1984 — Foto: Nasa

Sullivan aparece em missão a bordo do ônibus espacial Challenger em 1984 — Foto: Nasa

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Agora ela se tornou a primeira pessoa a percorrer essas duas fronteiras, sob condições muito diferentes uma da outra.

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A Estação Espacial Internacional (ISS) é cercada pelo vácuo do espaço, enquanto o submarino opera sob uma pressão esmagadora de oito toneladas por polegada quadrada, cerca de mil vezes a pressão atmosférica padrão no nível do mar.

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“Sou treinada tanto como cientista quanto como engenheira, de modo que a experiência de estar dentro de veículos especializados— o ônibus espacial nos meus dias de astronauta e o fator limitante nesta expedição — é infinitamente fascinante para mim”, diz ela.

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“Eles são tapetes mágicos para mim, algo que nos permite ir a lugares que os seres humanos, de outra forma, não podem alcançar.”

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Antes de se tornar astronauta, Sullivan completou seus estudos de doutorado em geologia na Universidade de Dalhousie, no Canadá, e realizou uma variedade de expedições oceanográficas.

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Ela não demorou para aceitar o convite de explorar o ponto mais fundo do oceano.

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“Como oceanógrafa, ver em primeira mão o ponto mais fundo do oceano, local onde está acontecendo um processo geológico extraordinariamente poderoso, é diferente de ver imagens ou dados de outras pessoas fazendo isso”, diz ela.

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Rob McCallum, sócio fundador da EYOS Expeditions, que ajudou a organizar a logística da missão, diz que Sullivan é uma “profissional apaixonada e defensora” dos oceanos do mundo.

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“Ela tem muita experiência no uso da tecnologia para avançar na exploração. Como educadora e defensora do oceano, ela poderá destacar os benefícios da ciência no futuro”, diz ele.

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Ao retornar à base após o mergulho, Sullivan e Victor Vescovo fizeram uma ligação para a Estação Espacial Internacional, que fica cerca de 400 km acima da Terra.

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“Era para conectar indivíduos que são exploradores de grandes fronteiras e celebrar o que compartilhamos em termos de desejo de explorar e celebrar a engenharia que permite que essas incríveis expedições aconteçam”, diz Sullivan.

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“Foi como uma reunião para mim”, afirma.

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'Como oceanógrafa, ver em primeira mão o ponto mais fundo do oceano, local onde está acontecendo um processo geológico extraordinariamente poderoso, é diferente de ver imagens ou dados de outras pessoas fazendo isso', comemora Sullivan — Foto: Enrique Alvarez

‘Como oceanógrafa, ver em primeira mão o ponto mais fundo do oceano, local onde está acontecendo um processo geológico extraordinariamente poderoso, é diferente de ver imagens ou dados de outras pessoas fazendo isso’, comemora Sullivan — Foto: Enrique Alvarez

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Ela espera que expedições como essa possam incentivar mais pessoas a continuar ultrapassando as fronteiras do nosso mundo conhecido.

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“Por décadas, eu me descrevi como astronauta, cientista e exploradora. Vou continuar a explorar”, diz ela.

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“Espero poder inspirar outras pessoas a entender como intrinsecamente os humanos são exploradores, como é natural e essencial que continuemos a explorar todas as dimensões do nosso universo e de nós mesmos.”

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Esses impulsos para a exploração e inovação vão ajudar a impulsionar a humanidade, diz ela.

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“É isso que criará as próximas tecnologias que transformarão nossas vidas. E é isso que criará a capacidade de tirar a humanidade da pobreza e resolver a crise da saúde”.

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