SAIU NO SITE MARIE CLAIRE:
A norte-americana Katherine Switzer, que luta contra o sexismo no esporte e empodera mulheres por meio da corrida, volta a vestir o número 261 na disputa
Era 1967, quando a norte-americana Kathrine Switzer, então com 20 anos de idade, fazia história ao se tornar a primeira mulher a completar oficialmente a Maratona de Boston. Na ocasião, chegou a ser atacada por um dos fiscais da prova, que tentou tirá-la da pista. Ainda assim, cruzou a linha de chegada. Agora, 50 anos depois, ela revive o feito ao vestir novamente o número 261 na competição.
Para que os organizadores não identificassem seu gênero, na época, ela se inscreveu com o nome “K.V. Switzer”. O reconhecimento só aconteceu durante a disputa, em que Katherine, usando batom e brincos, foi protegida pelo namorado para conseguir completar o trajeto em quatro horas e vinte minutos.
A foto da confusão correu o mundo como um símbolo de resistência – e também de sexismo no esporte – e a transformou em uma importante defensora da igualdade de gênero. As mulheres só começaram a correr oficialmente a Maratona de Boston a partir de 1972. “Ela era uma prova masculina naquele tempo. As mulheres eram consideradas muito frágeis para disputá-la”, disse em entrevista ao “The New York Times”.
“Fragilidade” esta que ajudou Katherine a disputar mais 39 maratonas, tendo vencido a de Nova York, em 1974. Pronta para sua última disputa, nesta segunda (17.04), ela usará mais uma vez o número 261, que será aposentado em sua homenagem.
“Quando terminei a prova em 1967, um jornalista me perguntou o que eu estava tentando provar”, contou ela ao site Competitor.com. “Eu disse que nada, só queria correr. Uma vez que você começa a correr, passa a questionar outras coisas da sua vida que não te fazem feliz. Quem corre uma maratona, pode fazer qualquer coisa.”
Hoje, Katherine empodera ainda outras mulheres por meio da prática esportiva. Já são 125 colegas impactadas pela fundação “261 Fearless” (261 Destemidas), criada em 2015.