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Mais de 48 mils mulheres foram assassinadas no Brasil em 10 anos

Saiu no site CNN BRASIL

 

Cerca de 48.200 mulheres foram assassinadas no Brasil em 10 anos. É o que mostra o Atlas da Violência, divulgado nessa terça-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea. Só em 2022, foram 3.806 vítimas. Nesse mesmo ano, cerca de 221 mil mulheres e meninas sofreram algum tipo de agressão, sendo 144 mil por violência doméstica. Dessas, 12 mil sofreram algum tipo de abuso sexual. O número equivale, na média, a uma vítima de estupro do sexo feminino a cada 46 minutos. As agressões sexuais foram o tipo de violência mais comum contra meninas de 10 a 14 anos no Brasil. Em 2022, foram o equivalente a 49,6% dos casos nessa faixa etária.

No caso de homicídios em geral, 62 jovens entre 15 e 29 anos foram assassinados por dia no Brasil. Dos mais de 46 mil homicídios registrados em todo o país, 49% deles foram praticados contra pessoas desta faixa etária. A maioria das vítimas era do sexo masculino e negra. Foram 35.531 vítimas negras, o que corresponde a 76,5% do total de homicídios e à taxa de 29,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em relação às pessoas não negras – brancas, indígenas e amarelas – a taxa em 2022 era de 10,8, ou seja, para cada pessoa não negra assassinada no Brasil, 2,8 negros são mortos. Além disso, Norte e Nordeste são as regiões mais violentas do país.

Os números são referentes ao ano de 2022, o último ano da gestão de Jair Bolsonaro. Foram registrados 46.409 homicídios, que representam uma taxa 21,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A taxa é a mesma de 2019, no início da gestão do ex-presidente. Ainda de acordo com a pesquisa, o Brasil registrou 5.982 “homicídios ocultos” em 2022, casos em que há morte violenta sem especificação de homicídio, num tipo de subnotificação das autoridades. 40% desses episódios ocorreram no estado de São Paulo.

As cinco cidades mais violentas do país estão na Bahia. São elas: Santo Antônio de Jesus, Jequié, Simões Filho, Camaçari e Juazeiro. Em relação às capitais, a mais violenta é Salvador. Segundo os pesquisadores, os números são reflexo de um aumento da violência em todo o estado. Até 2022, pelo menos 10 facções criminosas disputavam territórios em terra e também na Baía de Todos-os-Santos, considerada estratégica para transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas.

Outro dado é o de violência contra pessoas LGBTQIAPN+: foram 8.028 vítimas, 39,4% a mais do que em 2021. A maioria é composta por mulheres, negras e homossexuais.

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