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o dia 26 de março, a revista ELA, do Globo, publicou um depoimento da escritora Joana Aguinaga, de 51 anos. ela narrou detalhes do que diz ter sido o abuso sexual, dos 11 aos 14 anos, cometido por um famoso ortodontista, da alta sociedade, que atendia em um consultório em Ipanema, no coração da Zona Sul do Rio. “O silêncio não é mais uma opção. Para combater a pedofilia é necessário ampliarmos o conhecimento sobre suas diversas manifestações”, declarou Joana, no seu relato.
Para isso, contrataram a ex-promotora Gabriela Manssur, presidente do Instituto Justiça de Saia e notória defensora dos direitos das mulheres. No último dia 8, o Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu a notícia-crime, apresentada pela advogada Gabriela Manssur — e entregue nas mãos da procuradora de Justiça do MP Carla Araújo — dos atos que teriam sido cometidos pelo ortodontista pediátrico Estélio Zen. As sete denunciantes alegam ter sido vítimas de abuso sexual em situação de vulnerabilidade (por serem todas crianças e adolescentes à época). “O Ministério Público, agora, distribui o processo para um promotor, que pode requisitar a instalação de um inquérito policial. O que é um inquérito policial? É a colheita de provas. Como já se passaram muitos anos, temos o depoimento das vítimas. Entrarei com uma ação declaratória de validade para elas confirmarem as afirmações em juízo. Também solicitaremos informações ao Conselho Regional Odontologia do Rio de Janeiro (CRO-RJ). É preciso verificar se existem outras denúncias contra o senhor Estélio Zen. Na sequência, poderemos entrar com ações nas esfera cível e, de acordo com o número de vítimas, de danos sociais”, explica a advogada. Para Joana, a notícia-crime vai quebrar o silêncio de quem ainda sente medo de falar. “É muito provável que queiram aderir à nossa denúncia”, observa. “Abrimos no Ministério Público um canal, chamado Dente de Leite, direcionado só para as mulheres ficarem seguras para isso”, emenda Gabriela.