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Parceria e Sororidade
Parceria e Sororidade a gente aprende na prática.
Meu filho dá risada igual a minha avó paterna. O que isso tem a ver com parceria?Isso se chama amor, que se propaga no DNA e nas lembranças boas e construtivas.
Minha avó Miquelina morou um tempo em nossa casa, lá por volta dos meus 4 anos, quando meu irmão nasceu (ela nos apoiou quando minha mãe precisou fazer algumas cirurgias).
Tínhamos afinidades múltiplas. Ela sempre esteve por perto na extrema religiosidade e amorosidade.
Aceitação
No início da adolescência tivemos um período de difícil aceitação da realidade: a morte da minha mãe, na juventude dos seus 38 anos.
Neste tempo, Lindaura, minha avó paterna, foi nosso precioso esteio, a terra firme, o nosso apoio. Morou em nossa casa até nos readaptarmos àquela abrupta situação. Diferentemente do que com nossa avó materna, não tínhamos convivido muito com ela e tampouco tínhamos afinidades aparentes. Eram tantas as diferenças. E era brutal a falta que nossa mãe nos fazia.
Tivemos momentos de discordar, de aprender uma com a outra, de rir, de chorar, e sobretudo de tecer e construir nossas afinidades, respeito e amor.
Respeitamos no fluir da vida o tempo de plantar, de cuidar e de colher. Um dia (entre sorrisos e abraços) nos demos conta de ver brotando alguns afetos cultivados. Aquele momento “Masterchef”: Pára tudo! Em que nos entreolhamos como se pela primeira vez tivéssemos de fato nos enxergado e percebido quem éramos na essência. E pudemos desfrutar da colheita boa de termos aprendido algo com as nossas diferenças e valorizadas similaridades.
Isso chama-se solidariedade, sororidade, gratidão. O que em momentos distintos, por conexões distintas, me foi ensinado pelas autoridades mais que queridas em meu viver.
Miquelina era descendente de italianos, miúda no tamanho, grande na vida e era analfabeta. Lindaura, nordestina doce e forte, tinha apenas a segunda série. Duvido que soubessem o significado de Sororidade.
Ainda assim, foram elas que mesmo sem saber, ensinaram a mim, aos meus irmãos e ao meu pai, o que é estar junto e se ajudar. Sem o saber acadêmico, tinham a sabedoria impressa na alma.
Quando a diferença faz a força
Três décadas depois, numa manhã de julho, fui a uma reunião de mulheres. “Só aquela”, eu disse a mim mesma. “Vou lá só para ver” como são estes tais EncontrosPresenciais das Alunas da Escola de Você em São Bernardo do Campo.
Fui ver, fui ficando, fui participando. Quando pensei que ia ficar “só” nisso, vem a dona Lúcia Boaroto e me chama para coordenar o trabalho com ela.
Logo eu? Que vim aqui para assistir só uma reunião?
Topei a parada. Lá se vão dois anos de parceria. O que isso tem a ver com a história das minhas avós?
Lúcia e eu somos muito diferentes. Uma comunicativa (na verdade, as duas… rs), se enturma, transita do Oiapoque ao Chuí; a outra pondera, escreve, reflete.
Temos algo que é precioso e fazemos questão de cultivar nas relações: o respeito. Perguntar quando não entendemos algo, sugerir uma postura melhor, ponderar. E tudo vai fluindo com tamanho zelo e alegria que só faz somar no coração da gente.
Foi tão natural que nem sei dizer como aconteceu. Nesta empreitada, a Luanda foi se aproximando e trouxe consigo uma linda, a Carla. Cada uma como os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) aponta uma direção. Com isso, nossos olhares e modos de agir crescem juntos! E, assim, Santo André ganhou os EncontrosPresenciais Nações (que é o nome de um dos principais bairros da cidade), coordenados pela Luanda Hepp e a Carla Conti.
Acredito que é isso que faz nossos encontros presenciais terem mulheres tão dispostas a se entenderem, se descobrirem e se quererem tão bem e com tanta disponibilidade para ser mais feliz.
Conexões
São as parcerias diárias que vamos estabelecendo no olhar, no ombro, na palavra amiga, no pensar de soluções e no bem maior. Conexões que vamos tecendo sem pressa, com muita inteireza e verdade.
Sempre desconfiei muito quando ouvia que era difícil trabalhar com Mulher.
Só é difícil trabalhar quando se quer ficar preso dentro dos próprios conceitos. Quando a gente permite ampliar nossos olhares e modos de agir, guiadas por propósitos maiores, vamos construindo lugares melhores para se viver.
Ampliar olhares e modo de agir na vida é propagar sororidade.
E ser feliz!
* Luciana Lopes Feitoza é Embaixadora da Escola de Você em São Bernardo Campo – SP. É coach e terapeuta holística, palestrante, psicopedagoga graduada em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda e Gestão Empresarial. É apaixonada pela mudança gerada através da educação e consciência do ser humano. Atuou por mais de 15 anos em projetos educacionais com crianças e adolescentes. Hoje, com a missão do despertar do crescimento e desenvolvimento da mulher geradora, e seu desenvolvimento feminino, se aprofundou em terapias de cura quântica, buscando uma forma do equilíbrio das energias de nosso ser de forma integral, o reequilíbrio emocional, físico, energético, mental e astral. Em grupos de mulheres e em atendimentos individuais facilita essa cura e despertar da mulher autêntica. Saiba mais em www.facebook.com/luzfeitozaterapias
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Elas eram diferentes! Mas construíram uma linda parceria