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22 histórias emocionantes de mulheres que despertaram para o feminismo

SAIU NO SITE BUZZFEED:

 – BuzzFeed News Reporter

“Fui estuprada… quando fui falar com um policial para fazer a denúncia, ele me disse que isso não ia dar em nada.”

Pedimos às mulheres do BuzzFeed Community que compartilhassem conosco as situações que provocaram seu despertar feminista. Abaixo, algumas das respostas que recebemos:

1. “Comecei a seguir uma garota no Tumblr que era feminista.”

Comecei a seguir uma garota no Tumblr que era feminista. Lia quase tudo que ela postava sobre feminismo e aquilo fazia sentido. E aí veio o estalo. Percebi que algumas das ideias com as quais cresci eram muito “tóxicas” e que há muita misoginia internalizada na maioria das garotas.
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2. “Me disseram que ‘só tocar’ não era um crime.”

Eu estava caminhando no centro da cidade, com a minha mãe, quando um estranho agarrou minhas partes íntimas. Fiquei em choque. Minha mãe chamou a polícia e, quando fui fazer a denúncia formal, perguntaram o que eu estava vestindo e me disseram que “só tocar” não era um crime. Eu era adolescente, não sabia o que era feminismo, mas sabia que ninguém deveria dizer “não há problema em tocar nos genitais de outra pessoa”, independentemente do que você está vestindo.
—Paulis Grienssen (Facebook)

3. “Quando fui entregar meu currículo, a senhorinha disse: ‘Este não é o trabalho para uma mulher.’”

Quando tinha 14 anos fui me candidatar para um emprego em um lugar que fabricava cadeiras de jardim. Desde pequena eu sempre ajudei meu pai, ele trabalha com construção, então eu sabia exatamente como fazer esse tipo de trabalho. Quando fui entregar meu currículo, a senhorinha disse: “Este não é o trabalho para uma mulher”. Então eu disse que já tinha experiência nisso, mas mesmo assim ela me dispensou. O que mais me machucou foi ter sido dispensada por outra mulher.
—Savannah Snow (Facebook)

4. “O fato de Beyoncé aparecer diante de milhões de pessoas com o já icônico letreiro FEMINISTA às suas costas me empoderou para que não tivesse vergonha de ser feminista.”

O meu surgiu com Beyoncé, mais especificamente com a sua música “Flawless” e a participação de Chimamanda Ngozi Adichie. Adichie fala com tanta veemência que aquilo me tocou imediatamente. Isso e o fato de Beyoncé aparecer diante de milhões de pessoas com o já icônico letreiro FEMINISTA às suas costas me empoderou para que não tivesse vergonha de ser feminista e lutar pelos direitos de outras mulheres e homens que enfrentam o sexismo e regras de gênero.
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5. “Perguntei ao meu pai por que sempre eu era quem lavava a louça. Sua única resposta foi: ‘Porque você é menina.’”

Desde pequena, eu sempre tinha de lavar a louça. Se não o fizesse, ficava de castigo. Tenho três outros irmãos que não faziam nada depois do jantar, por isso, quando estava com 14 anos, perguntei ao meu pai o porquê de eu sempre lavar a louça. Sua única resposta foi: “Porque você é menina”. Fiquei irritada e brigamos porque ele nunca obrigava meus irmãos a fazerem alguma tarefa doméstica. Meus pais e irmãos esperam que eu tenha uma penca de filhos e me torne uma dona de casa, mas desde aquele dia decidi que começaria a fazer as coisas pensando apenas no meu bem-estar.
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6. “O jogo ‘Super Smash Bros.’ só tinha uma personagem selecionável mulher, que era a Zelda.”

Quando criança, eu estava jogando videogame com meus primos homens. Os jogos de GameCube que tínhamos eram todos voltados para os meninos e até o meu favorito, ‘Super Smash Bros.’, só tinha uma personagem selecionável mulher, que era a Zelda (só fui saber que Samus era mulher muito depois). Pensei em como isso era errado, porque em todo lugar era assim. As meninas sempre eram mais fracas em tudo, tipo, nos videogames elas sempre eram as piores jogadoras. Até recentemente, eu não sabia que havia uma palavra para isso, mas, quando descobri, tudo pareceu se encaixar.
—Meagan McDowell (Facebook)

7. “Fui estuprada… quando fui falar com um policial para fazer a denúncia, ele me disse que isso não ia dar em nada.”

Fui estuprada quando tinha 19 anos. Quando fui falar com um policial para fazer a denúncia, ele me disse que isso não ia dar em nada porque no tribunal iam mencionar que eu estava bêbada, fui voluntariamente para a casa dele e já tinha transado com outras pessoas. Um mês depois, vi o cara em um bar e ele ainda tentou me levar para a casa dele. Foi quando percebi que sou uma feminista e mereço o direito de dizer não. Mereço que o que aconteceu comigo não vire apenas mais uma história de uma mulher desacreditada que, em vez de ser levada a sério, teve de ouvir que “estava pedindo por isso”.
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8. “Quero que minhas filhas — e TODO MUNDO — saibam que as mulheres são capazes de grandes coisas.”

Tenho duas filhas, uma dela nasceu com uma cardiopatia que pode impedir que ela se torne uma atleta no futuro e minha filha mais velha tem graves alergias alimentares. Levando em conta que elas já têm de conviver com restrições médicas, foi quando o cardiologista da minha filha falou sobre suas potenciais limitações físicas que me tornei uma feminista. Não quero que elas pensem que não podem ser inteligentes, corajosas, exuberantes, brilhantes e capazes apenas por serem mulheres. Quero que minhas filhas — e TODO MUNDO — saibam que as mulheres são capazes de grandes coisas e que os limites para atingir a grandeza dependem de cada um.
—Catherine Cara Toler (Facebook)

9. “Ele só me valorizava como a propriedade de outro cara.”

Estava em uma festa e só consegui fazer com que um cara parasse de me encher quando menti e falei que era comprometida. Percebi que ele só me valorizava como a propriedade de outro cara e não como um ser humano que merece respeito.
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11. “[As Spice Girls] se vestiam como queriam, agiam como queriam e se amavam do jeito que eram.”

As Spice Girls. Apareceram essas garotas que se vestiam como queriam, agiam como queriam e se amavam do jeito que eram, mesmo que as pessoas achassem suas roupas muito chamativas ou “reveladoras”. Foi uma grande revelação para mim, ser uma mulher significava ser quem você queria ser e que se amar do jeito que você é lhe empodera diante das pessoas que querem depreciá-la. Isso fez com que aquela menininha de 11 anos (eu) se tornasse uma feminista.
—Sonya Ballantyne (Facebook)

Spice Girls

12. “Serei muito feliz porque não preciso de homem ou de filhos para me validar como mulher.”

Meu caminho até o feminismo começou com o estupro da minha melhor amiga e terminou com uma conversa que tive com um parente. Ele me disse: “Kalie, se você perdesse peso, os homens rastejariam aos seus pés”.
Minha resposta foi: “Bem, eu não me interessaria por ninguém que me conhecesse antes da perder peso e só me demonstrasse interesse depois. Um homem deveria me amar por quem sou, não pelo meu peso”.
Ao que ele retorquiu: “Não vejo você com tantos pretendentes. Talvez não devesse ser tão exigente”.
Foi aí que eu disse: “Quer saber, pai, eu sou incrível. Tenho tanto a oferecer a um homem que devo ser exigente sim. Só quero um homem que me ame e respeite porque sou um ser humano único, com paixões, esperanças e sonhos. Isso não é pedir demais. E, Deus queira que não, se eu não casar ou não tiver filhos, tudo bem. Serei uma mulher incrível com uma bela carreira, amigos fantásticos e um cachorro. E serei muito feliz porque não preciso de homem ou de filhos para me validar como mulher.
E ele terminou essa conversa dizendo: “Ah Kalie, por favor, não vire lésbica”.
—Kalie Hoke (Facebook)

13. “Lembro de ter acordado e percebido que havia dois caras me abusando.”

Fui abusada sexualmente por dois de meus amigos no dormitório. Eu estava bebendo e não lembro como voltei para o meu quarto. Só lembro de acordar e perceber que havia dois caras praticando atos sexuais comigo, ao mesmo tempo. No dia seguinte, um dos caras me disse que eu tinha gostado. Meus amigos também me disseram que eu estava bêbada e já tinha ficado com um dos caras anteriormente, então não tinha problema. Eu me senti tão sozinha e parecia que era a culpada pelo que havia acontecido. Só após ler em um blog sobre alguém que tinha passado pela mesma situação que percebi como tudo aquilo tinha sido errado. Isso teve de acontecer para que eu tivesse o meu despertar feminista. Acho que aqueles caras pensam que não fizeram nada de errado e eu quero mudar isso.
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14. “Percebi quando entrei para a Guarda Costeira dos EUA.”

Percebi quando entrei para a Guarda Costeira dos EUA. A proporção de homens para mulheres era tão desequilibrada quando eu tinha 18 anos que fiquei aquartelada em uma pequena estação fluvial que não recebia um membro da tripulação mulher há dois anos. Dizer que era um “clube do bolinha” era um eufemismo. Fui tão maltratada por causa do meu gênero que até hoje isso ainda me afeta e todos os dias. Soube então que a igualdade entre os sexos não era apenas desejável, era necessária.
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15. “Percebi que aprendíamos quase que exclusivamente sobre homens franceses em literatura, artes e música.”

Falei ao meu professor de filosofia que eu tinha estudado o ensino médio na França e ele me perguntou o que eu sabia sobre Simone de Beauvoir. Nunca tinha ouvido falar dela. Então percebi que aprendíamos quase que exclusivamente sobre homens franceses na literatura, nas artes e na música e que boa parte do cânone ocidental é baseado na perspectiva masculina. Quando comecei a questionar isso, aprendi sobre a opressão sistêmica do sexo feminino e, consequentemente, sobre o feminismo.
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16. “No ensino médio, achava que a duplicidade de critérios era algo normal.”

Tornei-me feminista após ler o livro ‘He’s a Stud, She’s a Slut, and 49 Other Double Standards Every Woman Should Know’ (Ele é um Garanhão, Ela é uma Vadia e 49 Outros Dois Pesos Duas Medidas Que Toda Mulher Deve Conhecer, em tradução livre), de Jessica Valenti. No ensino médio, achava que a duplicidade de critérios era algo normal, que tínhamos de lidar com isso, mas após ler esse livro eu me empolguei e quis mudar todos os padrões injustos que as mulheres têm de enfrentar.
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17. “Eu não lembro quantos anos tinha, provavelmente estava no início da adolescência, mas lembro da personagem Jo March, no filme ‘Adoráveis Mulheres’, de 1994.”

Eu não lembro quantos anos tinha, provavelmente estava no início da adolescência, mas lembro da personagem Jo March, no filme “Adoráveis Mulheres”, de 1994, dizendo: “Não vejo sentido em dizer que, por serem boas, as mulheres deveriam votar. Os homens não votam por serem
bons, mas por serem homens. E as mulheres deveriam votar, não porque somos anjos e os homens são animais, mas porque somos seres humanos
e cidadãs deste país”. Até hoje, é isto o que eu penso sobre igualdade: Independentemente de gênero, cor, idade, orientação ou local de nascimento, somos seres humanos.
—Christian Paul Keller (Facebook)

18. “Estava em uma festa e uma amiga foi agredida sexualmente.”

Meu despertar feminista se deu por causa de um assédio sexual que aconteceu com uma amiga, sem que o agressor fosse punido. Estava em uma festa e uma amiga foi agredida sexualmente. E na frente de muitas pessoas, inclusive alguns de meus outros amigos. Gritei, berrei e confrontei o cara. A única coisa que aconteceu foi que ele me chamou de vadia.
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19. “O Twitter abriu meus olhos para o feminismo.”

Quando eu li os tuítes de #YesAllWomen. O Twitter abriu meus olhos para o feminismo. Inclusive, na semana passada rolou uma grande briga no Twitter entre muitos alunos da minha escola (ensino médio) durante um debate sobre abuso sexual. Os meninos estavam falando as coisas mais horríveis, isso realmente abriu meus olhos.
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20. “Foram os comentários que causaram o meu despertar feminista.”

No último ano da faculdade, comecei a acompanhar alguns blogs de fofocas de celebridades. Os próprios posts dos blogs geralmente eram implicitamente sexistas, mas talvez eu nem percebesse isso se não fosse pela seção de comentários. Foram os comentários que causaram o meu despertar feminista. Muitas mulheres que não se consideram feministas gostam de dizer que não veem necessidade no feminismo por nunca terem vivenciado desigualdade sexual. Provavelmente elas não devem acreditar na existência do sexismo — pelo menos não de maneira a se preocuparem com isso. Eu aconselharia tais mulheres a lerem a seção de comentários de um site de fofocas antes de virem falar comigo sobre a existência do sexismo e se elas deveriam se preocupar com isso.
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21. “O tratamento para o meu transtorno alimentar (anorexia).”

O tratamento para o meu transtorno alimentar (anorexia) me tornou feminista. Conheci mulheres incríveis, lindas e fortes. Tornei-me mais autoconfiante e a me sentir mais confortável com o meu corpo. Percebi que também posso ser forte. Algumas das pessoas mais corajosas e inteligentes que conheço são mulheres e acho que todas as mulheres devem se sentir iguais aos nossos pares do sexo masculino.
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22. “Meu despertar feminista tem a ver com a minha própria mudança.”

O momento mais edificante foi quando compreendi a “misoginia internalizada”. Devo ter passado o ensino médio inteiro chamando outras mulheres de vadias ou julgando-as por usar maquiagem “em excesso”. Dava para tatuar “não sou como as outras garotas, sou do grupinho dos meninos” na minha testa apenas para não ter o trabalho de me apresentar assim para todo mundo que eu conhecia. Tudo o que eu fazia tinha de ser justificado se fosse feminilizado e era tratado como uma espécie de triunfo se fosse masculinizado. Fiquei mais velha, entrei na faculdade e vi todas aquelas aulas sobre teoria literária, onde debatemos performatividade de gênero, teoria queer e escrita feminista. Aprendi sobre a cultura do estupro e slut-shaming e percebi que durante toda a minha vida havia praticado isso. E não queria que isso continuasse. Mais do que mudar outras pessoas, meu despertar feminista tem a ver com a minha própria mudança.
—Jasmine Felicia Lane (Facebook)

Este post foi traduzido do inglês.

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 22 histórias emocionantes de mulheres que despertaram para o feminismo

 

 

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