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O crime ocorreu na madrugada do último domingo (5) em um condomínio na Freguesia, Zona Oeste do Rio.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte de Cesar Antunes Junior e dos filhos, Maria Nina Magalhães Castro Antunes, de 10 anos, e Bernardo Magalhães Castro Antunes, de 6. A suspeita é que ele tenha matado as crianças e tirado a própria vida depois.
O crime ocorreu na madrugada do último domingo (5) em um condomínio na Freguesia, Zona Oeste do Rio. De acordo com a polícia, Cesar esfaqueou os filhos e se jogou do 5º andar do prédio logo depois.
O homem deixou sete bilhetes em sua casa, direcionados à ex-esposa, Andreia Magalhães Castro Antunes. Em um deles, ele teria afirmado que ela não ficaria com a guarda das crianças. O casal se separou recentemente. Segundo uma testemunha, César sofria de depressão.
“Cadê a poderosa? Não vai ficar com a guarda de nenhum dos dois e também não vai me colocar na cadeia kkkk”, escreveu em um dos bilhetes. Segundo o G1, em outros bilhetes também há referências irônicas ou pejorativas à ex-esposa.
Em uma entrevista para o jornal Extra, do Rio, na última quinta-feira (9), Andreia disse que “vivia para seus filhos” e que esperava que o ex-marido fizesse algo contra ela, não contra as crianças.
“Eu imaginava que ele poderia me matar, mas não que faria algo com as crianças. Ele me odiava porque eu o abandonei. Mas fazer isso com as crianças nunca passou pela minha cabeça. Ele acabou com a minha vida. Eu vivia para os meus filhos.”
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o crime foi causado por ciúmes.
Ao jornal Extra, Andreia confirma que César sofria de depressão, estava em tratamento, e que, muitas vezes, tinha um comportamento controlador que fazia dele uma espécie de “senhor feudal”:
“Era posse. Ele queria controlar. Como se ele fosse um senhor feudal e eu, as crianças e a casa fossemos o feudo dele. Aquilo não era amor. Amor não é isso.”
Os bilhetes com textos supostamente direcionados á Andreia foram encontrados na mesa da sala por policiais do 18º BPM (Jacarepaguá), e foram encaminhados para a perícia por agentes da Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso, para confirmar se a letra é de Cesar.
Ainda em entrevista para o jornal Extra, a mãe de Bernardo e Maria Nina disse que teve uma medida protetiva negada pela Justiça e que, caso tivesse sido aceita, seus filhos ainda estariam com ela:
“Queria muito que essa visão da Justiça mudasse. É muito desprezo por pedidos como o meu. Atrás daquele papel ali tem vida e com vida a gente não brinca. E eu gostaria que outras mães ou pais não passem por isso e que consigam proteger nosso bem maior que são nossos filhos.”
E completa:
“É muito difícil pensar que eu não tenho mais meus filhos. Ser mãe era o sonho da minha vida. O que eu mais quero agora é que meus filhos, onde eles estiverem, tenham paz e que estejam protegidos por pessoas que vão acolhê-los como eu poderia acolhê-los.”
Segundo o G1, a polícia parece não ter dúvida de que Cesar foi o autor da morte dos filhos, mas ainda espera obter mais dados que ajudem a identificar quais foram as reais motivações do crime.
O caso segue sob investigação.
Não silencie!
“Foi só um empurrãozinho”, “Ele só estava irritado com alguma coisa do trabalho e descontou em mim”, “Já levei um tapa, mas faz parte do relacionamento”.
Você já disse alguma dessas frases ou já ouviu alguma mulher dizer? Por medo ou vergonha, muitas mulheres que sofrem algum tipo de violência, seja física, sexual ou psicológica, continuam caladas.
Desde 2005, a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, funciona em todo o Brasil e auxilia mulheres em situação de violência 24 horas por dia, sete dias por semana. O próximo passo é procurar uma Delegacia da Mulher ou Delegacia de Defesa da Mulher. O Instituto Patrícia Galvão, referência na defesa da mulher, tem uma página completa com endereços no Brasil.
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: ‘Aquilo não era amor. Amor não é isso’: O desabafo da mãe que teve seus filhos mortos por ex-marido