Saiu no site BuzzFeed:
Yevgeniya Zhakar, da Rússia, se inspirou em uma tatuadora brasileira.
A artista Yevgeniya Zhakar, de Ufa, na Rússia, já ajudou centenas de mulheres sobreviventes de violência doméstica cobrindo suas cicatrizes com tatuagens.
Zhakhar contou à agência de notícias Associated Press que teve essa ideia depois de ouvir sobre Flávia Carvalho, uma tatuadora do Brasil com um projeto parecido:
Na época, Carvalho disse ao Huffington Post que era maravilhoso ver como o relacionamento das mulheres com seus corpos mudava depois das tatuagens.
Então, desde o ano passado, Zakhar decidiu oferecer tatuagens gratuitas para mulheres vítimas de violência doméstica. E ela tem se emocionado tanto com o número de pessoas buscando sua ajuda quanto pelas histórias que elas trazem:
“É muito assustador olhar para esse problema e ouvir o que as pessoas estão dizendo”, disse ela à AP.
As mulheres dizem que as tatuagens as fazem se sentir mais confortáveis em público, porque assim as pessoas param de perguntar sobre as cicatrizes e começam a elogiar os desenhos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, promulgou recentemente uma lei descriminalizando o abuso doméstico “leve”. Os defensores da nova legislação argumentam que isso dará às famílias a oportunidade de resolver seus conflitos sem intervenção estatal desnecessária. No entanto, a Anistia Internacional viu na nossa lei “uma tentativa doentia de banalizar ainda mais a violência doméstica” e que a decisão “ignora brutalmente os direitos das mulheres”.
De acordo com a Human Rights Watch, que analisou estatísticas do governo russo, 40% de todos os crimes violentos no país são cometidos dentro do âmbito familiar.
Uma das clientes de Zakhar, Katarina Golkova, teve que fazer uma cirurgia no braço depois que seu namorado a jogou contra uma janela.
Golkova disse que a nova lei interpreta a violência doméstica de uma maneira completamente equivocada.
“Tudo começa com um tapa”, disse ela à Associated Press. “Você perdoa eles uma vez, e piora. Você não pode perdoar essas coisas. Elas acontecerão de novo.”
Zhakar diz que já trabalhou com mais de mil sobreviventes desde que começou o projeto, em 2016.
Muitas delas nunca denunciaram à polícia a violência sofrida. “As meninas dizem: ‘Para quê? Por que ir à polícia se eles não vão ajudar?”
“As garotas estão dispostas a conversar comigo geralmente porque será a última vez que elas falarão sobre as cicatrizes”, disse Zhakar.
Este post foi traduzido do inglês.
Publicação Original: Esta tatuadora está transformando cicatrizes de sobreviventes da violência doméstica em arte