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Segundo especialistas, silêncio sobre crime costuma ser comum na família após perda, mas é prejudicial no luto. Crianças e adolescentes têm direito a acompanhamento psicológico gratuito; saiba como.
Aos 4 anos de idade, a filha de Shirley Rúbia Gertrudes, de 39 anos, viu o pai matando a mãe, dentro de um hospital, quando o casal acompanhava a criança em uma consulta médica. Naquele dia, a menina e o irmão adolescente passaram a vivenciar o luto que impacta 145 órfãos que o feminicídio deixou nos últimos seis anos no Distrito Federal, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A tia dos meninos, Cristina Gertrudes, conta que até hoje “é difícil tocar no assunto”, até mesmo em família. “Não consigo falar sobre ela, porque desabo”, diz.
Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que “a morte como um assunto proibido é uma das maiores dificuldades” entre os familiares, e que os órfãos precisam de acompanhamento psicológico. Em Brasília, o serviço pode ser buscado de forma gratuita (saiba mais abaixo).
Um levantamento da pasta mostra que foram 116 vítimas de feminicídio entre março de 2015 a março de 2021, 25% delas foram mortas pelo pai de seus filhos.