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Ao caminhar entre os armazéns do Porto de Santos, Daniele Pereira, 31 anos, passa carregando um extintor de incêndio para realizar as trocas periódicas do equipamento. Durante o trajeto, a bombeira civil da Copersucar, afirma que colaboradores de outras empresas olham assustados ao visualizarem uma mulher exercendo essa função na área portuária.
“Me sinto honrada quando alguém me olha com espanto. Tenho orgulho em ajudar a abrir portas para outras mulheres que têm o sonho de trabalhar nessa ou em outras funções no porto”, comenta Daniele.
Bombeira civil há seis anos, Daniele sempre teve o sonho de atuar na área portuária. Porém, nessa função, as dificuldades encontradas pelo caminho sempre foram grandes. “O impasse tinha início no anúncio das vagas, onde as empresas destacavam entre os requisitos que só aceitavam homens. Mesmo com todas as experiências e capacitações exigidas, eu nunca era chamada para uma entrevista”.
A oportunidade para exercer a profissão dentro do setor chegou há quase dois meses e Daniele comemorou a nova conquista. A profissional que já coordenou até 164 bombeiros em uma empresa de eventos, ressalta a importância da diversidade no mercado de trabalho. “Eu sempre comento que não preciso que tenham pena de mim e sim respeito, por estar em uma profissão considerada masculina por muitas pessoas. A mulher é detalhista, dedicada e muito competente, podendo ser o que desejar. Fazemos a diferença e só precisamos de uma oportunidade para mostrar todo o nosso talento”, finaliza.
A mão de obra portuária sempre foi tradicionalmente masculina, mas nos últimos anos, essa realidade já está mudando. Raphaela de Souza Silva Botelho, 24 anos, trabalha como supervisora no setor de Triagem dos caminhões que chegam ao Terminal Açucareiro Copersucar. “Algumas vezes eu preciso ir até a área operacional para falar com o encarregado, caso algo não esteja funcionando, como uma cancela quebrada, por exemplo”, explica.