Saiu em JULIA ROCHA
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Há o mundo ideal e o mundo real. No mundo ideal, somos autossuficientes e, por não precisarmos de ninguém, seguimos isoladas, cuidando de tudo em casa. No mundo ideal, preparamos as refeições, lavamos a louça, limpamos a casa, lavamos a roupa, organizamos os armários, damos banho nos filhos, cuidamos do cachorro e cumprimos jornada de 8 horas por dia em frente ao computador.
No mundo real, estamos doentes. Doentes, mesmo. Não é forma de dizer. Desde meados de 2020, estudos e análises já apontavam para o aumento da carga da já difícil jornada feminina, escancarando o impacto destes tempos na saúde mental e física de mulheres. O aumento da violência doméstica e do feminicídio foi observado em diferentes contextos. Muitas de nós, ensinadas desde a mais tenra idade a cuidar dos outros, seguimos sem abrir mão de nenhum detalhe nesse ritual de banhos, roupas infinitas a lavar, sapatos na porta, litros e mais litros de álcool em gel. Mas, afinal, depois de quase um ano, o que aprendemos sobre o vírus e seu comportamento que pode amenizar não só nossos risco.