Saiu no UNIVERSA
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“As pessoas olham para mim e às vezes parece que sou um suco. Sempre me perguntam: é natural?” A piada é sobre seios grandes e é contada pela comediante Gabriela Abdala, 22, em vídeo que já foi visto por pelo menos 2,6 milhões de pessoas. Esse é o número de visualizações do vídeo “Não é fácil ter peito grande”, no YouTube, em que Gabi elenca as dificuldades que já passou na vida, como encontrar sutiã confortável.
Como Gabi, uma geração de mulheres do stand-up comedy chega aos palcos e telas para falar das questões femininas a partir da sua própria perspectiva.
Se há duas décadas, a peça Monólogos da Vagina, de Eve Ensler, trazia um debate hilário e revolucionário sobre corpo e desejo feminino, comediantes brasileiras agora abrem novas perspectivas. Se é para rir de sexo, menstruação, tesão, relacionamentos amorosos, mudanças no corpo e pressão para se encaixar em padrões estéticos, o palco é delas.
Universa conversou com três delas: Gabi Adbala, Ste Marques e Niny Magalhães. E o primeiro assunto que elas abordam, antes mesmo de serem questionadas, é sobre como a comédia stand up, gênero em que a pessoa fala de situações pessoais com humor, é dominado por homens.
E o reflexo disso são as críticas que recebem: que o stand up não é um espaço para elas e que assuntos íntimos não têm graça. Isso não as intimida. Pelo contrário, vira piada. “Eu brinco que toda vez que se fala que uma mulher não é engraçada, uma xoxota fica triste. Porque parece que a culpa é delas, elas devem até ficar meio preocupadas”, comenta a atriz Ste Marques, 30, que faz comédia há três.
“Antes de eu soltar uma piada, acham que vou bancar a gostosa”