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A violência contra a mulher está deixando de ser um fenômeno restrito ao ambiente privado. Ainda que a grande maioria das ocorrências criminais envolvendo a questão gênero aconteça no interior da vida doméstica, esse tema é cada vez mais debatido pela sociedade civil e foi incorporado à agenda dos governos em diversos países. De diferentes maneiras, as mulheres estão sendo incentivadas a denunciar e compartilhar suas histórias, e os órgãos públicos seguem empenhados em aprimorar suas formas de acolhimento das vítimas e prisão dos agressores. Mais do que uma questão de segurança, o mundo está compreendendo que eliminar todas as formas de violência contra a mulher é uma questão de igualdade.
A relação entre violência e desigualdade de gênero é tão relevante que a ONU (Organização das Nações Unidas) incluiu a redução da violência contra a mulher entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) a serem alcançados pelos 193 países membros até 2030. De acordo com a organização, uma em cada três mulheres no mundo sofre algum tipo de violência física ou sexual durante a vida. A meta é erradicar os casos, incluindo tráfico e exploração sexual, viabilizando o acesso de meninas e mulheres aos mesmos incentivos e oportunidades educacionais, profissionais e de participação política oferecidos a homens e meninos, bem como aos serviços de saúde e segurança.