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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A dramaturga Heloisa Cardoso, 29, processou o homem com quem por seis anos, segundo ela, viveu um relacionamento abusivo. Um professor 15 anos mais velho com quem teria perdido a virgindade, ainda menor de idade, e que teria chegado a simular uma doença terminal.
Acabou processada por ele após encarar um julgamento em que a defesa a pintou como uma amante em busca de vingança. Para Heloisa e sua advogada, Júlia Drummond, a juíza responsável cometeu uma série de violências ao longo do caso, encerrado sem condenação.
“Um exemplo de argumentação bastante machista”, diz Drummond. Como a usada contra Mariana Ferrer, a influenciadora digital hostilizada pelo defensor do empresário que acusou de estupro. O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho divulgou fotos sensuais da jovem e disse que “jamais teria uma filha do nível” dela. Seu cliente foi absolvido após o juiz entender que não havia provas contra ele, e o promotor afirmar que a Justiça brasileira não prevê a “modalidade culposa do estupro de vulnerável”.
“Expedientes que culpabilizam a vítima ao máximo e cavam arguições absurdas para relativizar a conduta dos agressores são o padrão”, diz a advogada Raphaella Reis, da Rede Feminista de Juristas, a deFEMde. “O caso Ferrer é um exemplo didático das instituições trabalhando para proteger os algozes.”