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Veja a publicação original: Eleger prefeitas mulheres reduz a mortalidade infantil, diz pesquisa.
A importância da participação de mais mulheres na política é tema constante de debates eleitorais no Brasil. Até hoje, apesar de serem maioria na sociedade brasileira (51,9%), elas ocupam apenas 12,32% dos 70.000 cargos eletivos, de acordo com um estudo recente da Procuradoria da Mulher no Senado.
Além da própria questão da representatividade, outro efeito da escolha de mulheres para assumir cargos políticos é a redução dos índices de mortalidade infantil dos municípios do país. Essa é a conclusão de uma pesquisa, publicada na revista científica Health Affairs, conduzida por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, Unicamp, Universidade dos Andes, em Bogotá, e do Banco de Desenvolvimento Interamericano.
Para chegar nos resultados, os pesquisadores cruzaram dados de representatividade feminina em cargos de prefeita, deputada estadual e federal com índices de mortalidade infantil entre 2000 e 2015 de 3.167 municípios brasileiros. As cidades foram escolhidas por terem um sistema de registro de falecimento preciso, com baixa subnotificação.
Em um panorama geral, o estudo descobriu que a mortalidade entre crianças com menos de 5 anos, para cada 1.000 nascidos vivos, caiu de 25,1% em 2000 para 13,6% em 2015 nos municípios da amostra. Nesse mesmo período, a porcentagem de prefeitas eleitas aumentou de 4,5% para 9,7% nessas cidades.
A associação de maior representatividade feminina com redução da mortalidade infantil foi identificada com precisão nos municípios que, de fato, elegeram prefeitas. A diferença na queda anual da mortalidade infantil foi de 0,027 ponto percentual entre cidades que elegeram mulheres e cidades que elegeram homens.
“Embora vários estudos anteriores tenham encontrado correlações positivas entre mais mulheres na política e saúde infantil, uma de nossas principais conclusões é que essa associação não é apenas a nível nacional ou estadual, mas também em nível local”, escrevem os pesquisadores.
Os pesquisadores fizeram uma série de ajustes de variáveis que pudessem interferir no resultado, como variável de pobreza, acesso ao saneamento básico, nível educacionais dos adultos e alfabetização de mulheres. O resultado seguiu o mesmo.