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Veja a publicação original: Atriz relata abusos de João de Deus: “Fazia tudo rezando Ave Maria”
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Deborah Kalume chorou ao falar do momento em que foi abusada pelo religioso
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A atriz Deborah Kalume, ex-esposa do cineasta Fábio Barreto, revelou ao Fantástico neste domingo (21) que foi abusada por João de Deus. No documentário Em Nome de Deus, que fala dos crimes cometidos pelo religioso, a artista contou como ele usou da sua fragilidade para praticar ações sexuais sem o seu consentimento.
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“Ele me colocou em pé, começou a apertar o bico dos meus seios, veio por trás de mim e começou a se esfregar. Ele fazia tudo isso rezando Ave Maria”, disparou a artista, que tomou coragem em falar do assunto após a morte do seu ex-marido.
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Fábio sofreu um acidente de carro em 2009 e ficou em coma até o final do ano passado, quando faleceu em novembro. Em 2012, desesperada, Deborah buscou o líder religioso para que fosse feito um trabalho espiritual na esperança que o cineasta pudesse se recuperar.
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“Eu fui lá em 2012. Dois anos e meio depois do acidente. Eu fui com o pai dele, o Barretão. Eu acho que foi assim, talvez a última alternativa de milagre que eu quis, que eu acreditei”.
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“[João de Deus] perguntou se eu estava de sutiã. Quando eu fui desabotoar o sutiã, me deu uma sensação ruim, mas ao mesmo tempo eu me culpei. Tipo: ‘você tá louca’. É uma espécie de até de culpa de pensar alguma coisa de errada daquele homem”, comentou Kalume, não segurando mais o choro.
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“Em algum momento ele colocou a mão na calça do pênis dele e eu lembro que congelei. Fechei olho e ele mandava eu abrir o olho, mas eu não conseguia mais abrir o olho. Eu não conseguia fazer nenhum movimento. Ele falou que eu estava atrapalhando essa cura, porque eu não estava confiando nele, então eu estava atrapalhando. Ele faliu que era pra eu relaxar”, relatou, sem esconder seu abatimento.
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A equipe do Conversa com Bial produziu o documentário em seis episódios e estreia na próxima terça-feira (23), na plataforma. Pedro Bial declarou que os crimes do religioso só se tornaram público porque uma mulher tomou a iniciativa de denunciá-lo. “Tudo que escondia, protegia e ocultava o João de Deus era o silêncio. Era a lei do silêncio. Uma voz que se eleva, surge outra, outra e outra”.