Saiu no site GALILEU
Veja publicação no site original: Brasileira descobre substância mais eficaz para tratar câncer de ovário
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Carolina Gonçalves Oliveira, da Universidade Federal de Uberlândia, estuda tratamento à base de paládio, que atinge as células malignas e preserva as saudáveis
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Por Letícia Rodrigues*
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O câncer de ovário é um dos mais graves que pode acometer uma mulher. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o segundo câncer ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Não é para menos: esse tipo de tumor só costuma apresentar sintomas quando já está em estado avançado e por isso é de difícil diagnóstico.
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O tratamento pode ser cirurgia ou quimioterapia, de acordo com o Inca. Mas a ciência vem procurando novas estratégias para tratar as mulheres que sofrem com essa doença. É o caso da pesquisadora Carolina Gonçalves Oliveira, professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais.
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Com orientaçã do professor Victor Marcelo Deflon, ela se uniu a estudiosos da USP de São Carlos, no interior paulista, e do exterior (Reino Unido e Itália) para desenvolver um composto à base de paládio – metal raro de alto valor comercial – eficaz contra diversos tipos de tumores, em especial o de ovário.
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Em seu estudo, Oliveira observou que o paládio é menos agressivo às células saudáveis do que a cisplatina, utilizada atualmente para tratar esse tipo de câncer. A vantagem do novo tratamento é que ele age diretamente na topoisomerase, uma enzima que participa do processo de duplicação do DNA das células malignas. “O composto de paládio se liga diretamente à enzima topoisomerase e leva a célula cancerosa à morte”, explica a especialista. Nesse processo, as células saudáveis são preservadas.
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A cisplatina, por outro lado, tem como desvantagem o fato de não conseguir agir apenas em células malignas — ela afeta também os tecidos ovarianos saudáveis, o que faz com que a imunidade da paciente seja afetada. Outro ponto a ser destacado é que algumas células cancerígenas podem adquirir resistência contra ela, o que não foi demonstrado com o paládio até agora.
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Ainda não é possível dizer, no entanto, se o paládio apresenta efeitos colaterais, porque não houve testes em humanos. Mas, segundo a pesquisadora, já há pesquisadores interessados em aplicar o método em mulheres.
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*Com supervisão de Luiza Monteiro
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