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RAVENSBRÜCK: O BRUTAL CAMPO DE CONCENTRAÇÃO PARA MULHERES MARGINALIZADAS

Saiu no site AVENTURAS NA HISTÓRIA

 

Veja publicação no site original: RAVENSBRÜCK: O BRUTAL CAMPO DE CONCENTRAÇÃO PARA MULHERES MARGINALIZADAS

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Por anos o local que abrigou grandes nomes da História, como Olga Benário, se manteve esquecido entre os alemães

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Por Victória Gearini

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Localizado a 90 quilômetros ao norte de Berlim, o Ravensbrück foi um campo de concentração voltado somente para mulheres. Construído no outono de 1938 o cruel local nazista recebeu diversos nomes conhecidos da História, entre eles: Olga Benário.

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Durante a Segunda Guerra diversas pessoas judias, ciganas, e integrantes da oposição foram enviadas para campos de concentração, sendo muito deles mistos. No entanto, o que poucos sabem é que existiam lugares destinados apenas para o sexo feminino, onde mulheres eram obrigadas a trabalhar exaustivamente, até ficarem debilitadas e/ou virem a óbito.

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Por meio de uma propaganda nazista extremamente forte, Hitler foi capaz de convencer diversos alemães a simpatizarem com seus ideais nazistas, o que gerou uma perseguição intensa contra grupos marginalizados, em sua maioria judeus. Durante o outono de 1938 a maio de 1939 foi construído o campo de concentração Ravensbrück, que abrigava cerca de 130 mil mulheres prisioneiras, de mais de 20 países europeus.

Prisioneiras de Ravensbrück com seus filhos / Crédito: Wikimedia Common.

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Dentre as vítimas estavam grandes nomes, como a brasileira naturalizada Olga Benário, esposa do comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, sobrinha do general De Gaulle e irmã do prefeito de Nova York. Concebido pelo arquiteto nazista Heinrich Himmler, Ravensbrück por anos ficou escondido atrás da cortina de ferro, e até os dias atuais sua história é pouco falada.

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Pouco se tem conhecimento sobre o local, mas o que se sabe é que inicialmente este campo oferecia condições básicas de sobrevivência, como comida e uniformes limpos, no entanto, qualquer descumprimento de ordem já era punido, além do trabalho escravo ser uma exigência. Com o decorrer da guerra, as condições de Ravensbrück pioraram e o campo atingiu sua capacidade máxima.

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Mapa ilustrando os principais campos de concentração durante o Holocausto / Crédito: Wikimedia Commons

 

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Inicialmente o local servia como um campo de trabalho, mas com o avanço da guerra, se tornou um campo de extermínio, onde estima-se que mais de 90 mil mulheres foram vítimas de fome, estupros e execuções. Exaustão, frio e gás letal estavam entre os principais causadores de mortes em Ravensbrück.

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Segundo Sarah Helm, autora da obra Ravensbrück: A história do campo de concentração nazista para mulheres, não havia somente prisioneiras judias, entre as internas era possível encontrar ciganas, doentes mentais e prostitutas. Publicado em 2017 no Brasil, pela Editora Record, o livro retrata de forma minuciosa o dia-a-dia neste campo de trabalho.

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Em entrevista exclusiva para à BBC, realizada em 2015, a autora revelou fatos inéditos que contribuíram para a construção da sua narrativa. “Ravensbrück era uma história com a qual eu havia me deparado e me dei conta de que era quase desconhecida”, disse à BBC.

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Prisioneiras de Ravensbrück com marcações em suas roupas / Crédito: Wikimedia Commons

 

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A autora explica, ainda, que com o avanço dos russos, os nazistas passaram a matar as pessoas que haviam sobrevivido, com o intuito de encobrir seus rastros de torturas e assassinatos. Entre os dias 27 e 28 de abril, mulheres que haviam sobrevivido e estavam em condições de andar foram obrigadas a participarem da marcha da morte. Outras 3 mil mulheres foram deixadas para trás, pois estavam muito doentes e debilitadas. No dia 30 de abril de 1945, o Exército Vermelho as libertou e salvou do campo de Ravensbrück

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“Assim como Auschwitz foi a capital do crime contra os judeus, Ravensbrück foi a capital do crime contra as mulheres. Estamos falando de crimes específicos de gênero, como abortos forçados, esterilização, prostituição forçada. É uma parte crucial da história das atrocidades nazistas”, disse Sarah Helm em entrevista à BBC.

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Obra Ravensbrück: A história do campo de concentração nazista para mulheres, de Sarah Helm (2017) / Crédito: Divulgação / Amazon

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Com mais de 900 páginas a obra traz testemunhos completos da Segunda Guerra Mundial, mostrando como os horrores nazistas se alastraram em pouco tempo e em longa escala. Esta obra é, ainda, inspiradora e arrepiante, na mesma medida, uma vez que é capaz contar de forma emocionante a capacidade da crueldade do ser humano.

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+Saiba mais sobre o tema por meio de grandes obras:

Ravensbrück: A história do campo de concentração nazista para mulheres, de Sarah Helm (2017) – https://amzn.to/33uHoi8

Ravensbruck: Life and Death in Hitler’s Concentration Camp for Women (Edição Inglês), de Sarah Helm (2015) – https://amzn.to/2Wixz53

As Judias do Campo de Concentração de Ravensbrück, de Rochelle G. Saidel (2009) – https://amzn.to/2weCKbD

Remembering Ravensbrück: From Holocaust to Healing (Edição Inglês), de Natalie B. Hess (2020) – https://amzn.to/2U9gmZq

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