Saiu no site JORNAL DE BRASÍLIA
Veja publicação no site original: “Papel da escola é educar para reverter machismo”, diz secretária
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Número crescente de assassinatos de mulheres soa o alarme no governo, que estuda formas de prevenção
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Por Catarina Lima
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Na contramão da queda da violência no Distrito Federal, os casos de feminicídio só aumentam. Num período de apenas 15 horas, três mulheres foram assassinadas no Distrito Federal — mais especificamente em Samambaia —, na última segunda-feira. Os crimes fizeram soar o alerta para as autoridades dos poderes Legislativo e Executivo da Capital. A Secretaria de Segurança Pública assegura que casos dessa natureza devem ser tratados como questão de Estado e não apenas de Segurança Pública, devido à complexidade de suas características.
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“Em quase 70% dos casos de feminicídio havia histórico de violência doméstica, porém não havia registro que permitisse ao Estado interferir de alguma forma. Pior ainda: 72% dos casos aconteceram dentro da residência da vítima, local inacessível para as forças de segurança se não houver um acionamento prévio”, disse o secretário de Segurança, Anderson Torres, ao Jornal de Brasília. “Ao denunciar a violência doméstica, a sociedade dá uma chance de sobrevivência à mulher em risco de feminicídio”, frisou Torres.
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A Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) vai realizar uma reunião extraordinária, durante o recesso parlamentar, na próxima quinta-feira, dia 23 de janeiro, para debater sobre o assunto. A vice-presidente da Comissão, deputada Arlete Sampaio (PT), disse que o objetivo da reunião é avaliar o material recebido até o momento para que seja possível levar sugestões concretas de combate à violência ao Executivo local.
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Para lidar com esse crime de fácil elucidação e de difícil prevenção, as secretarias de Segurança, da Mulher e do Trabalho estão unindo esforços. A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, disse que políticas transversais — que perpassam por toda a estrutura do Goverdo do Distrito Federal — estão sendo implementadas. Às escolas da rede pública, segundo ela, caberá a desconstrução do machismo. “As escolas têm um papel importante na formação dos alunos, que muitas vezes carregam a cultura do machismo. O papel da escola é educar para reverter isso”, explicou a secretária.
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Denúncia é a arma mais eficaz contra a violência
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Anderson Torres insiste na importância da denúncia. “A prevenção do feminicídio passa obrigatoriamente pela conscientização da importância da denúncia, ele não surge do nada. Um homem não mata sua ex-mulher, namorada ou companheira de uma hora para outra. O crime é, na verdade, o resultado final de uma escalada de violência da qual a segurança pública, o Estado em geral, não têm conhecimento”. Segundo o secretário, é importante que se dê a oportunidade de o Estado interferir nesse crescente de violência, e isso somente será possível, de acordo com ele, por meio da denúncia.
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A secretária Ericka Filippelli enfatizou a necessidade de apresentar às mulheres os equipamentos que estão à disposição delas caso sofram qualquer tipo de violência. Hoje já existe o projeto Empreende Mais Mulher, que em parceria com Senac promove cursos profissionalizantes e de aperfeiçoamento para que mulheres entrem no mercado de trabalho e deixem de depender financeiramente de seus companheiros. Também estão em construção quatro centros de apoio à mulher vítima de violência nas regiões administrativas do Sol Nascente, Sobradinho II, Recanto das Emas e São Sebastião.
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