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PROTEJA-SE CONTRA OS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Saiu no site Revista Glamour: 

Saiba como se defender dos diversos tipos de agressão e denuncie #glamourportodaselas

Por: Geiza Martins

“Esse senhor me bateu […] Me bateu hoje, me bateu outras vezes e me bateu hoje de novo […]” Essas frases poderiam ter sido ditas por qualquer uma das 63 mil mulheres que denunciaram agressão pelo Ligue 180 nos dez primeiros meses de 2015. Quem as pronunciou foi a atriz Luiza Brunet, que denunciou o ex-companheiro Lírio Albino Parisotto por agressão. Publicadas pela colunista Mônica Bergamo, as frases são trechos de um vídeo entregue por Luiza à justiça. Também fazem parte da acusação fotos em que Luiza aparece com os olhos machucados. A atriz também afirma que teve costelas quebradas.

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Muito repercutido na internet, o caso está agora nas mãos da justiça, a acusação foi aceita e Lírio se tornou réu. Infelizmente, nem todas as mulheres conseguem denunciar o ataque como Luiza. Os motivos são muitos: algumas sentem medo, outras não sabem que estão vivendo uma situação digna de denúncia, outras ainda têm receio de prejudicar o agressor.

A informação é uma arma contra o abuso e a violência, por isso a Glamour lançou a campanha #glamourportodaselas. Agora, vamos explicar tim-tim por tim-tim os tipos de agressão para que você possa se proteger das violências que enfrentamos diariamente. Quem tira todas as dúvidas é a promotora Gabriela Mansur, que tem um longo histórico na defesa da mulher. Atualmente, é diretora da Mulher da Associação Paulista do Ministério Público, idealizadora do projeto Movimento pela Mulher.

Lugar de mulher é onde ela quiser
Antes de mais nada, não custa ressaltar: nós não devemos nos privar de nada para nos proteger. “Não importa a roupa que use, o lugar em que esteja, o horário, se bebeu… É por meio da educação que se protege uma sociedade. Não temos que ensinar as mulheres a se protegerem, mas sim os homens a respeitar as mulheres, desencorajá-los a continuarem a agir de forma violenta e desconstruir comportamentos machistas”, afirma Gabriela. Nossa proteção está na denúncia, não esqueça.

Quais são os tipos de violência?
Violência contra a mulher não é somente física. Há outras formas de agressão, como sexual, patrimonial, psicológica e moral. “Podemos dizer também que há uma violência simbólica contra as mulheres exercida pela mídia ecampanhas publicitárias, que colocam todas as mulheres em uma situação de inferioridade em relação aos homens e objetivação da mulher. Há ainda  muita violência cometida por meio das mídias sociais, que chamamos de violência cibernética”, afirma Gabriela. Como a lista é grande, a promotora explica as principais:

Física (49,82%, segundo Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República): Qualquer ação que ofenda seu corpo e cause dor e sofrimento, seja tapa, chute, soco, empurrão, puxão de cabelo, entre outros.

Sexual (4,86%): É qualquer ato sexual sem consentimento da mulher, mediante violência ou ameaça, coação, força física, ou se a mulher, por algum motivo, não puder oferecer resistência ou reação. Por exemplo, se ela estiver sob o efeito de álcool e droga, ou tiver algum comprometimento físico ou mental. Se a vítima for menor de 14 anos, não há necessidade da violência ou ameaça, para a lei é considerado estupro de vulnerável e crime hediondo.

Psicológica (30,40%): comportamentos que causem dano emocional. Aqui vale desde diminuir a autoestima até prejudicar sua rotina, como atrapalhar estudos e trabalhos. Também se encaixa o controle das ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, manipulação, isolamento, perseguição, chantagem, ridicularização, entre outros. São fatos que podem causar dano à saúde da vítima, como depressão, síndrome do pânico, distúrbios de sono e alimentares.

Moral (7,33%): Quando o agressor abala ou prejudica a moral da pessoa, aquilo que ela pensa sobre ela mesma ou que as outras pessoas pensem dela. Cabem aí xingamentos, ofensas e fofoca.

Patrimonial: Quando o agressor retém, rouba ou destróis objetos, bens, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, valores

Fui ameaçada, e agora?
Muitas denúncias da primeira ameaça não acontecem porque a vítima se convence de que seria exagero. “A mulher não reconhece que está sofrendo violência ou que está em um relacionamento abusivo. Ela acredita que o parceiro está nervoso, que em uma discussão muitas coisas são faladas sem pensar, que é briga de casal, que ele estava embriagado ou drogado”, explica. Além de tentar justificar a atitude do agressor, o medo também pode aparecer: “Ela pode depender financeiramente dele, temer pela vida dos filhos, acreditar que ele vá mudar de comportamento, ou depender afetivamente dele a ponto de não conseguir se imaginar sem ele. Então, não ‘valoriza’ essa primeira ameaça”.

Segundo a promotora, é errado deixar passar em branco agressões como xingamento, humilhação e ameaça: “geralmente as agressões morais e psicológicas precedem à violência física. Não espere que uma agressão mais grave aconteça. Eu já peguei casos em que atendi a vitima por uma ameaça e, passado algum tempo, acabei denunciado o mesmo agressor por feminicídio contra a mesma mulher”. Se isso acontecer com você, compareça à Delegacia de Polícia da Mulher e faça uma denúncia. “A mulher nunca deve subestimar um ato de violência”, diz.

 

Publicação Original: Proteja-se contra os diferentes tipos de violência contra a mulher

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