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Veja publicação original: USP oferece minicurso sobre igualdade de gênero para todos os alunos da instituição
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Por Patricia Leme
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O Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) oferece o minicurso Gênero e Universidade: do que estamos falando? como uma disciplina de pós-graduação aberta para todos os alunos da universidade.
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Coordenado pela professora da FFLCH Eva Alterman Blay e pela mestre em Psicologia e integrante da equipe técnica do USP Mulheres, Prislaine dos Santos, o minicurso aconteceu no primeiro semestre deste ano, em seis encontros.
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Dentre os temas abordados, destacam-se conceitos de sexo e gênero; estudos feministas, feminismo interseccional e feminismo negro; relações entre sexo, gênero e saúde; mulheres nos esportes; gênero, diversidade e inovação, e metodologias de pesquisa para os estudos de gênero. Todo o conteúdo utilizado nas aulas está disponível no site do coletivo USP Mulheres.
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Sobre o USP Mulheres
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O USP Mulheres é um órgão ligado diretamente ao gabinete do Reitor, formado por Daniela Araújo e Prislaine Santos, da equipe técnica, e pelas estagiárias e estudantes de graduação, Victória Ribeiro e Giuliana Fuganti.
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A iniciativa faz parte da estrutura administrativa da instituição e tem o objetivo de promover a cultura de igualdade de gênero na universidade e desenvolver um diálogo com a comunidade universitária, incluindo estudantes, professores e funcionários.
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Segundo a equipe, é desenvolvido em três eixos. “A conscientização, permitindo que se identifiquem as situações de violência por mais sutis que pareçam; a qualificação do atendimento e acolhimento das denúncias; e a responsabilização dos envolvidos”.
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Parte da mobilização acontece por meio de campanhas educativas com cartazes, panfletos e intervenções artísticas produzidos com a colaboração da Escola de Comunicação e Artes (ECA), além de posts no Facebook.
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O USP Mulheres também atua no acolhimento, orientação e encaminhamento de mulheres que sofreram algum tipo de violência na instituição. Além disso, são disponibilizados cursos e encontros com profissionais que lidam com casos de violência, como assistentes sociais e psicólogas da universidade.
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O órgão colabora, ainda, com a segurança do campus Butantã, por meio de iluminação adequada e com um campo específico para o registro de violência contra mulheres no aplicativo Campus USP.
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Todas essas práticas trouxeram um grande avanço para a comunidade acadêmica, como a forma como os homens enxergam e lidam com as mulheres na universidade.
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“Se voltarmos alguns anos atrás, a maioria das unidades de ensino não tinha coletivos de estudantes organizados ou mesmo núcleos/comissões para tratar questões de gênero. Esse assunto praticamente não aparecia no dia a dia de estudantes, docentes e funcionários, apesar da violência e da discriminação de gênero sempre ter existido. O momento atual conta com mudanças extremamente importantes nessa realidade. Hoje em dia, na USP, a maior parte da comunidade já teve acesso a alguma forma de conscientização a respeito da realidade desigual entre homens e mulheres e das diferentes situações de violência que isso pode acarretar”, conta Prislaine.
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Os novos desafios
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Para a equipe do USP Mulheres, os avanços conquistados ainda não são suficientes pois, mesmo que de forma acentuada, há casos de desrespeito contra mulheres, minorias étnicas ou pessoas não heteronormativas.
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De acordo com as integrantes, é preciso melhorar os canais de denúncia, agilizar os processos administrativos de violação de direitos humanos, criar mecanismos mais ágeis de proteção, assim como materiais educativos e orientadores para combater a violência e avançar na implementação de medidas institucionais para combater a desigualdade de gênero nas carreiras docente e técnica-administrativa.
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