Saiu no site R7
Veja publicação original: Cartilha ensina mulheres jovens a identificarem namoro abusivo
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Projeto do núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo traz dicas práticas para alertar adolescentes sobre violência nos relacionamentos
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Por Deborah Bresser
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O ciclo do relacionamento abusivo é ardiloso e tem feito cada vez vítimas entre mulheres jovens e adolescentes. Os comportamentos masculinos de controle, isolamento e ciúmes excessivo são naturalizados e, como a manipulação é sutil, fica difícil de as garotas perceberem que estão em uma cilada.
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Para ajudar as mulheres a identificarem o processo e criarem mecanismos de defesa, o Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo lançou a cartilha ‘Namoro Legal’. O material, disponível online, traz sete dicas que representam os espaços de dominação em um relacionamento.
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“O objetivo é que as mulheres, principalmente as mais novas, identifiquem as situações. O primeiro passo é reconhecer a relação abusiva. Há estágios de um relacionamento abusivo em que ainda é possível impor limites”, explica a promotora Valéria Scarance, coordenadora do Núcleo de Gênero do MPSP.
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Reprodução
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Com uma linguagem jovem e atual, a cartilha trata da violência sem falar de violência, de vítima sem falar de vítima. Isso porque mulheres não se enxergam como vítimas, mesmo quando sofrem violências graves. Se é complicado elas admitirem a agressão quando há uma violência física ou ameaça grave, imagine quando essa violência é comportamental?
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Entre as dicas, Valéria Scarance destaca a que auxilia as jovens a estabelecerem bases de segurança. Quando processo de dominação e submissão tem início, um dos estágios é o isolamento. “A estratégia de afastar a namorada da família e dos amigos é uma artimanha do abusador para evitar que a vítima perceba a manipulação. É importante que ela saiba quais são os espaços só dela”, explica.
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Valorize o seu espaço, o seu território físico e mental, o lugar onde você se sente segura e conectada com sua essência. Esse espaço compreende sua família, amigos, estudo, trabalho e lazer, seu modo de ser. E você não deve abrir mão desse espaço por ninguém!
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A promotora esclarece que nem todo dominador é feminicida, mas todo feminicida é dominador. “Não dá para arriscar. A cartilha traz informações para que a pessoa se fortaleça, saiba o que fazer. E ajuda a desmistificar algumas verdades, como a de que a mulher transforma o homem com seu amor, sua dedicação, se demonstrar sofrimento. Mas isso não acontece. Fera não vira príncipe”, alerta.
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Na vivência do Ministério Público, Valéria relata que as mulheres jovens têm vivenciado relações violentas cada vez mais cedo e que evoluem para um feminicídio muito rapidamente. Como pouco se fala sobre os atos que antecedem uma situação fatal, várias vítimas acham que a violência física é algo distante. Esse fenômeno da negação acomete mulheres adultas também, mas as jovens têm mais dificuldade de impor limites. Para piorar, quem pratica essa violência perturbadora e silenciosa é alguém de quem a vítima gosta.
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A cartilha traz questões práticas que mostram caminhos que podem levar à violência, gerando adesão em vez de aversão. “Normalmente, não conseguimos falar com mulheres adultas, pois além de negarem a violência, elas não têm esse interesse, não se identificam. Com a cartilha, estamos vendo as mães das adolescententes procurando informações para as filhas. Elas acabam se identificando e estão mudando de vida também”, conta a promotora.
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A cartilha ‘Namoro Legal’ conta com a parceria da revista Capricho, da Microsoft e apoio da ONU Mulheres. As dicas completas estão no site do Ministério Público.
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